O velho dilema do trem
Eis que a questão da linha férrea volta à pauta de discussões a partir do tombamento de cinco vagões de trem na madrugada de quarta-feira, 3. Felizmente não houve feridos, nem prédios atingidos. Os catanduvenses acompanham embates relacionados a isso há vários anos, desde o “sonho” da retirada da ferrovia do centro da cidade, que parecia algo distante e improvável, mas que ganhou tons de realidade a partir da inclusão da obra entre as contrapartidas do contrato de concessão da Rumo. Tudo resolvido?! Como diz a expressão comum na internet, #sqn, ou, “só que não”. Para surpresa de muitos, a concessionária passa a negociar com os municípios a alteração dos projetos, antes confirmados por ela, substituindo os novos contornos ferroviários por obras dentro do trecho urbano, com viadutos, túneis e passarelas. Foi assim em São José do Rio Preto, assim como em Catanduva. Lá tal como cá, a nova proposta ganhou anuência do poder público e, hoje, o que se espera é a apresentação de um projeto detalhado com as intervenções que serão feitas para minimizar os conflitos com a linha férrea e possibilitar sua transposição de forma mais segura. O tema, aliás, foi apresentado aos pré-candidatos a prefeito que participaram da série de entrevistas da Vox FM, como forma de amplificar a discussão. Como a questão é complexa e divide opiniões, o melhor é evitar o viés político e apostar que o assunto seja definido com base em critérios técnicos. Um deles poderá ser o tempo. Afinal, será mais rápido fazer os viadutos e passarelas do que retirar a linha férrea, por demandar desapropriações, ou vice-versa? O que se tem de concreto nessa história é que Catanduva não tem mais tempo para esperar brigas políticas e dilemas existenciais. Algo precisa ser feito para evitar novos acidentes e contribuir com a fluidez do trânsito e, consequentemente, com o desenvolvimento da cidade.
Autor