O Valor da Escuta Humanizada

O Centro de Valorização da Vida (CVV) é uma instituição que nasceu da sensibilidade e preocupação de jovens brasileiros, no início da década de 1960, diante do alarmante número de pessoas que tentavam tirar suas próprias vidas. Esses jovens, movidos por um forte senso de empatia e compaixão, compreenderam que a sociedade precisava de uma resposta humanitária para acolher e apoiar aqueles que se encontravam sem esperança, desmotivados e incapazes de lidar com as adversidades da vida.

Desde o início, a missão do CVV foi clara: oferecer uma forma de ajuda que transcendesse o material, focando no apoio emocional e na escuta ativa. Mas como concretizar essa ideia? Como oferecer auxílio de maneira eficaz e humana para aqueles que estavam à beira do desespero?

Essas perguntas acompanharam os fundadores do CVV desde os primeiros passos. Sabiam que o desafio era grande, mas também tinham consciência de que a solução não estava em gestos grandiosos, e sim na simplicidade de estar presente e ouvir. A escuta atenta, o olhar acolhedor e a empatia se tornaram os pilares desse trabalho voluntário, que visa proporcionar às pessoas uma sensação de aceitação e confiança.

A abordagem adotada pelo CVV segue as teorias humanistas, que enfatizam a importância da comunicação empática entre seres humanos. Ao longo de mais de seis décadas, o CVV manteve seu compromisso de oferecer um espaço seguro onde as pessoas podem expressar seus sentimentos mais profundos sem medo de julgamento. A confidencialidade, a disponibilidade e o respeito são valores inegociáveis que norteiam cada interação entre os voluntários e aqueles que procuram ajuda.

Ao longo dos anos, o CVV evoluiu para acompanhar as mudanças tecnológicas e sociais, ampliando seu alcance e tornando-se mais acessível a todos. Hoje, o serviço está disponível 24 horas por dia, todos os dias da semana, através do telefone 188 e do site www.cvv.org.br. Os voluntários, que se revezam incansavelmente, continuam a oferecer algo que, embora intangível, é essencial para a saúde emocional: a escuta humanizada.

A missão do CVV permanece inabalável: acolher, apoiar e oferecer esperança. A instituição se mantém forte, consciente de que, ao se unirem, seus voluntários podem fazer a diferença na vida de muitas pessoas. Se precisar conversar, o CVV está sempre à disposição, pronto para ouvir e acolher, porque, juntos, somos mais fortes.

Autor

Ivete Marques de Oliveira
Psicóloga clínica, pós-graduada em Terapia Cognitivo Comportamental pela Famerp