Em 19 de setembro de 1990, o Brasil deu um passo significativo na garantia do direito à saúde para todos os seus cidadãos com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), estabelecido pela lei nº 8.080. A data, celebrada ontem, marcou a implementação de um modelo de saúde pública que busca proporcionar atendimento universal, igualitário e integral à população. A lei nº 8.080, também conhecida como Lei Orgânica da Saúde, instituiu o SUS como um sistema descentralizado de saúde, composto por uma rede de serviços que vai da atenção básica até a alta complexidade. Com a criação do SUS, o Brasil passou a oferecer um sistema de saúde financiado e gerido pelo Estado, com o objetivo de promover a saúde e prevenir doenças de forma equitativa. Hoje, 34 anos depois, o subfinanciamento é uma das barreiras a ser transposta. A falta de recursos suficientes compromete a qualidade dos serviços e a capacidade de atendimento. Não a toa a discussão em torno do reajuste da tabela SUS volta à tona, bem como a difícil situação financeira enfrentada pelas santas casas e hospitais filantrópicos, que precisariam desse aporte para ter melhor sustentação. O valor repassado pelo SUS é inferior ao custo do procedimento médico, o que faz com que as instituições tenham que bancar essa diferença para continuar atendendo a população. Em Catanduva, essa realidade é vivenciada pela Fundação Padre Albino, que tem 80% do seu atendimento direcionado ao SUS e precisa sobreviver a partir da receita do plano de saúde, da educação e outros negócios, já que os hospitais não se pagam. É indiscutível a relevância desse atendimento via SUS, que acontece nos postinhos de saúde dos bairros, na UPA, centros de especialidades e na alta complexidade da Fundação Padre Albino. Dá pra imaginar a saúde pública do Brasil, com toda a desigualdade social desse país, sem a existência do SUS? O sistema é robusto, capilarizado e, como qualquer outro sistema desse porte, precisa evoluir de forma constante e ser valorizado por todos nós.