O regime fez sua escolha, errada, como sempre
Na mesma proporção e frequência com que estelionatários do mundo do crime investem diariamente sobre milhões de brasileiros, estelionatários da política agem tentando nos convencer sobre quanto há de certo no erro, de bem no mal e de verdade na mentira.
Na política, uma narrativa justaposta a cada fato ou uma interpretação enganosa para cada acontecimento realiza esse mesmo feito. Sempre há uma organização pretendendo enganá-lo, manipulando a informação que você recebe. Aqueles que hoje sofismam, retorcem, torturam e ocultam a verdade têm mestres que viveram na antiguidade clássica e desenvolveram a arte da retórica como técnica da persuasão útil a picaretas da internet e a políticos inescrupulosos. Tais artes são usadas inclusive por quem faz política sem voto na mídia, no ambiente cultural, nas salas de aula e nas instituições do Estado.
Quem consegue exercer, imune a qualquer controle, um poder do tipo “todos devem obediência incondicional ao que mandamos” jamais abre mão desse poder. Aquele ou aqueles que o tenham conseguido se tornam, eles mesmos, por motivos de segurança, mais e mais dependentes do poder de que dispõem. Por isso, regimes de exceção não se transformam para melhor, mas para pior. Não são experimentos de curto prazo. Valem-se das manhas da retórica para iludir as massas e aprofundar o controle social.
Exemplifico: o que diz, hoje, a retórica do regime em nosso país? Diz que defende nossa “soberania” enquanto o Brasil é levado para a não desejada integração aos inimigos do Ocidente, à Legião do Mal, que reúne todos os ditadores do inferno totalitário, visíveis em recente evento militar chinês.
A garbosa defesa da soberania é o gato vendido como lebre; é o equivalente político do telefonema criminoso aplicando um golpe, é a honra nacional anunciada a baixo custo para conquistar a vítima. Fosse anúncio honesto, diria que a opção brasileira não é escolher entre Brasil e EUA, mas escolher, para o Brasil, o bloco do Ocidente, com EUA e União Europeia em vez de unir nosso país aos inimigos do Ocidente, com China, Rússia, Irã e demais povos submetidos à Legião do Mal. Infelizmente, essa última é a desastrada escolha que o regime está fazendo para preservar a si mesmo mediante terríveis custos para a nação.
O regime fez uma opção que o “aqueça neste inverno e tudo mais vá pro inferno”.
Percival Puggina
Arquiteto, empresário e escritor
Autor