O Reencontro
Claire (Catherine Frot) trabalha como parteira em um pequeno hospital. Reencontra, depois de muito tempo, Béatrice (Catherine Deneuve), uma amante de seu falecido pai, que sofre de um câncer em estado avançado. As duas tentarão restabelecer vínculos para entender os erros do passado e o que as distanciou.
Um emocionante filme com duas atrizes excepcionais que brilham na tela, duas Catherines, Frot e Deneuve. São hoje as maiores estrelas da França, de presença deleitosa mesmo em uma obra com temática batida. Com elas em cena, o drama atinge outro nível de delicadeza e intensidade: Frot interpreta uma gentil parteira, de personalidade forte, que ama seu ofício, porém vive agora um conflito com a idade (ela tem 50 e poucos anos e mais da metade dedicado ao trabalho). Um dia recebe um telefonema que a assusta e irá mudar sua rotina: a amante de seu falecido pai quer estabelecer contato para contar-lhe algo urgente (é Catherine Deneuve no papel). As duas vão tomar café, a parteira vê aquela senhora bonita e extravagante que abandonou o pai dela há 30 anos e sumiu do mapa, e tenta entender o porquê daquele reencontro. Ela diz enfrentar um câncer cerebral, e não sabe quanto tempo tem de vida. Aqueles mulheres, de temperamentos diferentes, passarão um breve tempo juntas, trocando confidências, relembrando momentos importantes do passado a partir do elo com a figura do pai/amante, e quem sabe recuperar os anos perdidos.
Voltado ao público feminino, o filme, uma produção França/Bélgica, centra-se nas duas atrizes de forma quase que integral, e é muito bonito acompanhar o trabalho dessas grandes damas do cinema francês – Frot fez dezenas de trabalhos, como “Marguerite” (2015), e na época do lançamento de “O reencontro”, em 2016, estava com 60 anos, enquanto Deneuve, que foi um dos maiores nomes do cinema mundial nos anos 60 e 70, de clássicos como “A bela da tarde” (1967) e “Pele de asno” (1970), nunca parou de filmar - a atriz circulou por vários períodos e produções do mundo inteiro, tem mais de 150 longas no currículo e permanece atuante; em outubro completa 80 anos!
Do roteirista e diretor Martin Provost, de dois filmes cultuados sobre mulheres fortes, empoderadas e que enfrentam duros preconceitos, “Séraphine” (2008) e “Violette” (2013), ambos baseados em fatos reais.
O REENCONTRO (Sage femme). França/Bélgica, 2017, 117 minutos. Drama. Colorido. Dirigido por Martin Provost. Distribuição: Mares Filmes.
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