O que passou não volta mais

No ano passado, no pior momento da pandemia, Catanduva ficou monitorando, avaliando, reavaliando, pensando... tanto que demorou demais pra agir e muitas pessoas morreram. Talvez algumas delas poderiam ter sido salvas se a cidade tivesse endurecido as regras com antecedência ou se a UPA não tivesse se tornado um sepulcro – quem ficou internado lá, local que sequer foi feito para ter internações, sabia que as chances de sair com vida eram diminutas.
Como não dá para seguir o discurso baseado no “se”, podemos olhar para frente e ver que outros municípios já optaram por retomar o uso obrigatório de máscaras, ao menos em locais fechados e, aqui pertinho, em Catiguá, em todos os ambientes públicos e particulares. E Catanduva, advinhe? Está quietinha, esperando.
Não sabemos se os números realmente não trazem preocupação para as autoridades e profissionais da saúde, apesar de quase 1 mil casos de Covid confirmados de 18 a 24 de junho, apenas sete dias, ou se a estratégia é semelhante à do ano passado, que é aguardar até o último instante pra ver se as coisas melhorem, apesar de ter se mostrado desastrosa.
Catanduva poderia ter agido na vanguarda, liderado a região no enfrentamento ao vírus com ações efetivas, testagem em massa e rigidez aos protocolos de segurança e saúde. Poderia ter agido sempre antes, e não depois do caos instalado, após pressão popular e do Ministério Público. Poderia ter feito tanta coisa, mas aí voltamos a nos basear no “se”, pois o que passou, não volta mais. Quem morreu, não volta mais.
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