O preconceito dita as regras

No dia 29 de janeiro de 2004, foi realizado em Brasília um ato nacional para o lançamento da campanha “Travesti e Respeito”. Foi um marco na história do movimento contra a transfobia e na luta por direitos, data que acabou se transformando no Dia Nacional da Visibilidade Trans. Essa ação também deu origem ao movimento Janeiro Lilás, que busca sensibilizar a sociedade para conhecer e reconhecer as identidades de gêneros, com intuito de combater estimas e estimular o respeito entre todas as pessoas – reduzindo a violência sofrida por transexuais e travestis, afinal, o Brasil é o país que mais mata transexuais no mundo. Infelizmente a maioria da população trans ainda é expulsa de casa e obrigada a sobreviver por meio da prostituição, devido à falta de oportunidades no mercado de trabalho. Em 2021, foi divulgado o Mapeamento de Pessoas Trans na Cidade de São Paulo, que revelou que 58% dos entrevistados – mulheres trans, travestis, homens trans e pessoas não-binárias – realizam trabalho informal ou autônomo, de curta duração e sem contrato. Entre as travestis, esse percentual sobe para 72%. Como se vê, é o preconceito que dita as regras na vida dessas pessoas, seja em casa, na rua ou na área profissional. Ou melhor, é a transfobia que impede que elas possam ir e vir livremente e que consigam viver em paz, sendo quem elas realmente são. A reportagem que ilustra esta edição, com a história da catanduvense Leticia Close, que mora no Reino Unido desde 2019, na busca por condições melhores para viver, mostra um pouco sobre essa realidade e sobre o sonho que mulheres trans como ela têm de que possamos, um dia, construir um mundo justo para todos.

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Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.