Em exibição no CineX, em Catanduva, O Som da Liberdade é um drama de ação baseado em uma história supostamente real. A trama é inspirada na vida de Tim Ballard, um ex-agente do governo americano que se tornou conhecido pela luta contra o tráfico sexual de crianças na Colômbia. Ele é um ativista, palestrante e escritor, fundador e ex-CEO da Operation Underground Railroad, uma organização anti-tráfico sexual. Entretanto, no mundo real, Ballard deixou a organização após algumas acusações de má conduta sexual contra sete mulheres vir à baila.

Entretanto, como diz a famosa frase atribuída ao diretor John Ford no western clássico O Homem que Matou o Facínora (1962), “entre o fato e a lenda, publique-se a lenda.” Sendo assim, você pode perfeitamente assistir o filme como uma obra de ficção sobre um agente americano que, levado por suas convicções, luta contra o tráfico de crianças nas profundezas das selvas colombianas.    

Dirigido pelo mexicano Alejandro Monteverde (Bela e Little Boy), o filme conta com um elenco que inclui Jim Caviezel (A Paixão de Cristo), Bill Camp (O Gambito da Rainha) e Mira Sorvino (Lamborghini). A produção se tornou um sucesso de bilheteria inesperado, batendo os novos filmes de Missão: Impossível e Indiana Jones, com um orçamento bem menor.

Ballard (Caviezel) com o cabelo tingido de loiro, é um homem de classe média, religioso, e que tem muitos filhos e filhas com sua esposa igualmente loira, interpretada por Mira Sorvino. O filme começa na Colômbia, com uma menina, Rocio (Cristal Aparicio), e seu irmão menor, Miguel (Lucás Ávila), aliciados por uma ex-miss (Yessica Borroto Perryman), que trabalha para sequestradores de crianças para pedófilos. O menino acaba sendo vendido a um pedófilo americano, até ser resgatado por Ballard. Miguel conta ao agente sobre sua irmã, ainda em poder da quadrilha. Essa se torna a missão dele, que corre os maiores riscos na selva colombiana para salvar Rocio.

Uma cena emblemática do roteiro, é quando o agente e um aliado injetam com uma seringa com um chip de GPS, ao entrar na floresta – o que não dá para deixar de lembrar a teoria conspiratória contra a vacina da Covid.

O filme tem sido alvo de polêmicas nos Estados Unidos, acusado de ser vinculado à teoria conspiratória da extrema-direita chamada QAnon, que alega haver uma cabala secreta, formada por adoradores de Satanás, pedófilos e canibais, do qual o ator Jim Caviezel é defensor. Som da Liberdade foi muito promovido entre adeptos do ex-presidente Trump e igrejas evangélicas americanas, o que levou ao cinema um público que não gosta dos filmes de Hollywood atuais.