O papel das emoções

Durante séculos, as emoções foram negligenciadas pela ciência e filosofia, consideradas menos importantes do que a razão e o pensamento lógico. No entanto, no final do século XIX, o tema foi abordado de forma contundente, enfatizando a ligação entre as emoções e os processos fisiológicos.

É inegável que as emoções governam nossa existência. Tentamos organizar nossas ações para evitar impactos negativos e buscar experiências positivas. Por exemplo, participamos de festas para sentir alegria. No entanto, é importante ressaltar que não temos total controle sobre nossas emoções, o que fica evidente nos crescentes casos de depressão e ansiedade que afetam muitas pessoas.

As emoções superam até mesmo as necessidades básicas, como fome, sexo e instinto de sobrevivência. Quando a tristeza é intensa, por exemplo, podemos perder o apetite, ter dificuldade em relacionar-se com as pessoas ao nosso redor e até mesmo desejar a morte. Se a raiva se torna avassaladora e é direcionada para fora, podemos nos tornar insuportáveis no convívio social e agir de forma insana, prejudicando nossa própria existência e a daqueles ao nosso redor. Por outro lado, se a raiva se volta para dentro, pode se transformar em depressão e até mesmo causar pensamentos suicidas. Quando o medo transborda, perdemos a capacidade de agir plenamente e vivenciar a vida em sua plenitude.

Cada um de nós possui uma realidade emocional particular e única. Uma pessoa deprimida pode enxergar o mundo de forma cinza e acreditar estar em uma situação pior do que realmente está. Já uma pessoa em estado de mania pode criar uma realidade brilhante. Quando alguém está delirando, seus pensamentos podem criar realidades inexistentes.

É evidente que as emoções exercem um poder significativo sobre nós. Compreender o papel das emoções em nossa vida é fundamental para lidar com elas de forma saudável. Reconhecer a influência do passado, dos traumas e das experiências vividas é essencial para romper padrões negativos e construir uma vida emocional mais equilibrada.

Em última análise, as emoções são parte intrínseca da nossa humanidade. Não podemos negá-las ou controlá-las completamente, mas podemos aprender a compreendê-las, aceitá-las e canalizá-las de maneira construtiva. Ao reconhecer a importância das emoções em nossa vida, podemos buscar o equilíbrio emocional e a felicidade genuína.

Autor

Ivete Marques de Oliveira
Psicóloga clínica, pós-graduada em Terapia Cognitivo Comportamental pela Famerp