O óbvio e o vaso azul
Este artigo foi originalmente publicado em setembro de 2011, em um jornal local que deixou de circular. Passados 13 anos, a evolução, sobretudo tecnológica, foi extraordinária, contudo, os números nada animadores da educação em nosso país pouco se alteraram. Enquanto isso assistimos impávidos o crescimento visceral de países asiáticos que, não faz muito tempo, não passavam de colônias de pescadores e plantadores de arroz. Vamos ao artigo: – Não é novidade que o brasileiro, de um modo geral, não tem o hábito da leitura e, isso contribui sobremaneira para aumentar na estatística o número de analfabetos funcionais. Existe um ditado que diz que aquele que não lê, certamente não escreve bem. Assim, a leitura está para a escrita tal como a audição está para a fala. O resultado disso reflete na avaliação dos nossos estudantes quando comparados com outros países, lembrando que o Brasil ficou em 54º lugar no ranking de 65 países do Programa de Avaliação Internacional de Estudantes (Pisa), que testa os conhecimentos de alunos de 15 anos. Em uma escala de zero a 6, a média obtida pelo país em 2009 equivale ao nível 2 em leitura, 1 em ciências e 1 em matemática. Simplesmente humilhante! Segundo o jornal “Estadão”, edição do dia 16 de agosto do corrente, os nossos universitários leem de 1 a 4 livros por ano e a pesquisa constatou, ainda, que na Universidade Federal do Maranhão 23,24% dos estudantes não leem sequer um livro durante o ano. Pode? É bem verdade que o mercado editorial brasileiro tem registrado crescimento acima de 10% ao ano, mas Buenos Aires ainda continua a ter mais livrarias do que a soma de todas as livrarias existentes no Brasil. Outro dado curioso diz respeito à lista de best sellers dos jornais e revistas onde é possível constatar que os livros mais vendidos são de autoajuda, tipo água com açúcar, que ditam receitas mágicas para o sucesso, mas que, na verdade, só servem para encher os bolsos dos seus autores. Quando ingressei no primeiro emprego, ainda menor de idade, com registro em carteira e tudo, na década de sessenta, foi me dado para ler pelo Julio Cesar Marino, um pequeno livro “O Vaso Azul” que, na verdade é um resumo do livro “O homem que não se deu por vencido”, escrito em 1949 pelo inglês Pete B. Kyne e que relata o comovente e magnífico poder da vontade e da determinação de vencer. A história tem sido admirada e imitada por milhares de pessoas. A pequena brochura de bolso que há mais de quatro décadas mantenho uma cópia reprográfica em razoável estado, estampa em sua capa um vaso, logicamente azul e, ao lado esquerdo a mensagem: INICIATIVA + OPORTUNIDADE = SUCESSO. Essa pequena obra-prima que, infelizmente não existe nem em “Sebos”, teve papel fundamental na minha trajetória profissional e, diferente das receitas de bolo preconizadas nos livros de autoajuda, ensina a perseverar, insistir, persistir e nunca desistir. Mais recentemente, no final do século passado descobri o livro “O Óbvio Adams” de Robert R. Upedgraff – Cultura Editora Associados, que custa menos de R$ 15,00 e foi publicado originariamente em abril de 1916, pelo Saturday Evening Post, e desde 1980, quando foi relançado pelo filho do autor, vende em média, 1.500 exemplares por ano só nos EUA. A história que data de 1916, começa em Chicago, mais precisamente no Restaurante Tip Top, Sala Dickens e conta a trajetória do obstinado Óbvio Adams, que veio a ser o maior publicitário americano do início do século 20. São dicas interessantes de duas pequenas jóias da literatura destinadas àqueles que gostam de histórias fascinantes e verdadeiras. O Vaso azul só pode ser lido através de cópia reprográfica a ser fornecida ou enviada via e-mail. Já, o “O Óbvio Adams”, pode ser adquirido em qualquer livraria (no site Amazon, custa atualmente menos de R$ 20,00). Vale a pena conferir e contar com essas duas fascinantes preciosidades, duas lições de vida que, certamente passarão a ser livros de cabeceira.
Autor