O importante é proteger

A discussão sobre a transformação das guardas municipais em polícias municipais parece uma verdadeira bobagem. Dá a sensação de que não há nada mais importante a ser debatido por nossas autoridades, que tudo está em níveis de primeiro mundo nesse país, para nos darmos ao luxo de debater terminologias. Uma coisa é discutir competências, se a guarda municipal pode ou não pode agir em determinada situação, se aquela é ou não sua responsabilidade, outra é se ater à nomenclatura e querer mexer em algo amplamente solidificado na mente de cidadão. O Conselho Nacional das Guardas Municipais poderia buscar melhorias para as corporações e, convenhamos, não parece que a troca do nome de guarda para polícia traria ganhos, a não ser pela PEC 57, em trâmite no Congresso Nacional, que, até onde consta, garantiria benefícios trabalhistas e/ou previdenciários aos guardas/policiais municipais. Aliás, a “municipalização” dos serviços públicos é um processo que vem ocorrendo em todos os setores, com as prefeituras assumindo cada vez mais incumbências – o que nem sempre vem acompanhado dos recursos necessários. Foi assim nas áreas da saúde e da educação, por exemplo. Hoje, o ensino básico é responsabilidade do município, enquanto o ensino médio segue por conta do governo estadual, situação muito diferente do que existiu no passado. O mesmo ocorre na saúde, na diferenciação entre atenção básica e a média e alta complexidades. Diante do avanço da criminalidade, os municípios foram criando suas guardas e, em muitos locais, ela tem contingente maior do que o disponível para a Polícia Militar, sendo, portanto, a principal corporação para manter a ordem e segurança. Isso não mudará se a guarda se chamar guarda municipal ou passar a se chamar polícia municipal. A responsabilidade dos agentes de segurança será a mesma, assim como a esperança do cidadão de ter proteção e auxílio sempre que precisar.

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Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.