O discurso de Ódio

Não podeis servir a Deus e a Mamom! Em algum momento de sua vida, é possível que tenha ouvido esta máxima. Entretanto, na maioria das vezes, apenas nos voltamos às escrituras para tentar amenizar a dor de nossa alma, mas logo após conseguir, voltamos aos velhos hábitos de sempre. 

Não servirá a dois senhores, de fato, aqueles que estão realmente voltados à vida cristã permanecem fiéis aos desígnios e exemplos do Cristo, outros, entretanto, agem ante a falácia de que por acreditarem em Deus podem transfigurar a sua imagem. 

Peço licença ao Leandro Karnal em parafraseá-lo, editamos Deus para que ele caiba em nossa pequenez e arrogância. Ao editá-lo, transformamos os preceitos de caridade, solidariedade e amor trazidas por Jesus em artifícios que justificam o ódio propagado em redes sociais e no cotidiano também. 

Ao que tudo indica, esqueceram do sofrimento causado a Jesus ou se fizeram de tolos. Ele foi torturado, morto e humilhado, mas jamais deixou que o ódio o tomasse. É inversamente oposto a ideia de vida cristã que hoje é usada como base eleitoreira e antes que falem, em todas as direções possíveis, o mesmo artifício pútrido é usado. 

Jesus ensinou a oferecer a outra face e não voltar seu ódio aos homens, que como já devem saber, são irmãos ante a criação divina. Então porque há esta crescente exposição dos “cristãos” aludindo o uso de armas e proferindo impropérios e opróbrios? Não há como afirmar com certeza, mas se olharmos para o orgulho, talvez possamos refletir melhor. 

O orgulho é a causa maior da queda, ele torpe nossos sentidos e nos afasta de olhar para além daquela caixinha que fechamos hermeticamente. Ele reproduz falas odientas, ações cruéis e deturpa a perspectiva cristã. 

Estamos em um momento em que a busca pelo divino cresce, mas esta busca deve estar alicerçada em uma construção justa, que venha a difundir de fato o amor, a solidariedade e caridade, sem isso, somos apenas vasos vazios que professam a falsa fé e mais, se falem da caridade para enaltecer o ego e o orgulho.

Autor

Eduardo Benetti
Professor Recreacionista em Catanduva