O apagamento de pessoas LGBTI+ na história
O apagamento histórico de pessoas LGBTI+ ocorre quando a narrativa de uma história é alterada, via de regra, por ideais conservadores. O intuito é fazer parecer que pessoas relevantes para a sociedade em vários períodos históricos seriam heterossexuais, apagando as contribuições de indivíduos LGBTI+ para a humanidade e reforçando a marginalização de toda esta comunidade. Essa prática distorce a história ao promover a ideia de que a heterossexualidade é a norma constante, enquanto a homossexualidade é tratada como uma anomalia moderna. Isso promove uma visão distorcida da diversidade sexual e de gênero, negando o papel significativo que pessoas LGBTI+ desempenharam em diversas áreas, como artes, ciências, política e cultura.
Na mídia, figuras LGBTI+ são substituídas por personagens superficiais e estereotipados, servindo como alívio cômico ou reforçando valores do heteropatriarcado. Isso não apenas distorce a realidade, mas perpetua preconceitos e limita a compreensão pública sobre a complexidade das identidades LGBTI+. O apagamento dessas identidades tem consequências psicológicas profundas, como sentimentos de isolamento e inferioridade, pois indivíduos LGBTI+ não veem suas experiências refletidas na mídia.
Além disso, a promoção de personagens estereotipados reforça a discriminação e mantém o status quo patriarcal, aceitando personagens LGBTI+ apenas na medida em que não ameaçam as normas dominantes. Exemplos históricos incluem Alan Turing, pai da computação, e Alexandre o Grande, importante rei macedônico da antiguidade, que tiveram sua sexualidade ocultada, mas cujos feitos são celebrados como avanços do heteropatriarcado. Até hoje, a área de Ciências da Computação, T.I. e o mercado da tecnologia computacional são predominantemente preenchidos por homens heterossexuais, assim como as artes militares.
Para combater esse fenômeno, é essencial promover narrativas inclusivas e autênticas que celebrem a diversidade sexual e de gênero. Isso envolve a correção das narrativas históricas e a criação de espaços na mídia onde as vozes e experiências LGBTI+ sejam representadas de forma genuína e respeitosa. Só assim avançaremos para uma sociedade mais justa e inclusiva, onde todas as identidades sejam valorizadas e respeitadas.
Alex Carnelossi
Graduado em Relações Internacionais e Graduando e Direito/UNIFIPA. Membro do grupo de extensão “Direito e Sexualidade” e Presidente da Comissão de Diversidade, Equidade e Inclusão do Centro Acadêmico XXI de Setembro.
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