O Amor Vence Tudo

No filme italiano: Chiara Lubich, “O Amor Vence Tudo”, nos transportamos para a vida de algumas mulheres que sentiram um chamado a viver a guerra e sua precariedade de forma a construir uma vivência possível. Pessoas cheias de ideais tiveram seus sonhos interrompidos e num instante de suas vidas tudo se transformou.

Na cena delas rezando com a vela no subterrâneo, enquanto as bombas destruíam seus sonhos, seus parentes, suas casas, sua cidade, é possível observar o que se pode fazer com a própria vida diante da possibilidade de uma morte eminente, num sim, num apelo de vida a que elas foram chamadas.

Através de um chamado urgente, o sim destas mulheres percorreu o mundo, falou muitos idiomas, visitou muitas culturas, países, religiões, lares, e as transportou a muitos paraísos: de 43 até hoje!

Mas o que de fato estas mulheres pretendiam?

Enquanto o filme percorre a sua história é possível reconhecer que num primeiro instante nem elas sabiam a grandeza do que estava acontecendo, elas apenas disseram sim!!!

Em muitos momentos do filme, enquanto vivenciamos uma experiência de total comunhão, nos deparamos com um mundo possível, e pensamos que esta vivência seja possível hoje se conseguirmos dizer o nosso sim diante deste mundo conturbado em que vivemos, diante das incompatibilidades, das diferenças, dos que sofrem, do que está destruído, oferecendo algo que resgate a nossa própria dignidade.

Elas disseram sim, entregaram suas vidas àquilo que não morre, e por conta disto, vivenciaram um Amor perpetuado numa experiência que correu o mundo, num Sim único a um Ideal que ainda vive.

E diante desta experiência, elas nos convidam a dar o nosso sim hoje: no próximo, no pobre, no favelado, no excluído, no drogado, na política sem escrúpulos, no que tem fome, no que tem sede, no desempregado, na destruição, na guerra. E se trabalharmos pelo nosso sim: no recuperado, no digno, no incluído, no respeitado, na partilha justa, pelo ser humano, para um mundo mais unido e de igualdades.

Não se trata de um filme qualquer, trata de assisti-lo em outro nível, e de se transportar para um lugar que nos permita compreender do que se trata, de abrir-se para uma aventura desconhecida, de sustentar esta descoberta, e de tentar em algum instante resgatar a nossa própria origem de filhos de Deus diante da vida: o Deus que cada um acredita!

A luz se apagou, não ... ela se acendeu!

Em tempo, este texto foi escrito ao som da música “Una Grande Luce”, de Daniele Ricci, cantada por Gen Rosso e Gen Verde.

 

Foto: Marco Bellucci

Autor

Claudia Zogheib
Psicóloga clínica, psicanalista, especialista pela USP, atende presencialmente e online. Redes sociais e sites: @claudiazogheib, @augurihumanamente, @cinemaeartenodivã, www.claudiazogheib.com.br e www.augurihumanamente.com.br | Foto: Renato F. de Araujo @renatorock1 ©