Números que não crescem

Não queremos desconfiar dos números do IBGE, longe disso. Mas a pergunta, caro leitor, é a seguinte: desde quando você se recorda que Catanduva está se aproximando de 120 mil habitantes? Há quem diga que faz muito tempo que esse “quase” é “quase”, sem nunca alcançar tal marca. Pelas estimativas de 2021, esse número já teria sido superado, mas o Censo Demográfico de 2022, que teve consulta casa a casa depois de 12 anos da pesquisa anterior, mostrou que a cidade ainda estaria no patamar de 115 mil habitantes. Agora, dois anos depois, em nova estimativa, estamos lá novamente no “quase”, com 119.172. moradores. Não há nada especial ao atingir 120 mil habitantes, mas o fato curioso é que a cidade cresceu bastante de 2010 até hoje e, nos últimos anos, um sem número de loteamentos foram implantados – e continuam sendo, são vários em construção –, sem que nada disse refletisse de fato nos indicadores populacionais. É como se tudo isso fosse ocupado por pessoas da própria cidade, que apenas se deslocaram de um bairro ao outro, caso de recém-casados que saem da casa dos pais, por exemplo. Técnicos da área sugerem que a explicação estaria no contingente de jovens que sai da cidade para buscar formação superior ou melhores oportunidades de trabalho em municípios maiores, mas também há quem duvide que isso seja significativo e/ou atinja a grande massa da população. Enfim, independentemente da quantidade real de catanduvenses que habita essa terra, o que importa mesmo é que a cidade não apenas cresça, mas sim se desenvolva e ofereça qualidade de vida e oportunidades aos seus moradores, sobretudo para as novas gerações. Parece piegas tal reflexão, mas ela é bem oportuna num ano eleitoral como este, em que precisamos pensar bem ao votar e o que queremos para o futuro de Catanduva.

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Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.