Novos olhares

Entardecer de um sábado qualquer em Catanduva.

O forte calor expulsa os moradores de suas próprias casas. Na área central, sorveterias e bares aproveitam a oportunidade. “Quem não vender agora, pode fechar as portas”, dizem alguns. E com razão. Nesta situação, as pessoas saem às ruas para fugir do calor e para se divertir.

A ocasião, por ironia, cria cenas bonitas. Quem passou pela Praça da República, já no início da noite, viu casais nos bancos e crianças brincando, correndo em um sobe e desce frenético por toda a praça. Em um dos points da cidade, os jovens começavam a se aglomerar em fila, na entrada. A noite prometia...

Sinto que a cidade vive. Isso faz lembrar quando você abre a janela do quarto, em um prédio alto, em uma noite qualquer, olha a cidade, vê carros passando de um lado ao outro (uns muito mais rápidos do que deveriam) e até parece conseguir ouvir as pessoas conversando.

E assim você vê que a cidade tem vida.

Nos bairros essa sensação pode até ser maior. Basta acontecer um evento de maior destaque para surgirem vizinhos de não se sabe de onde. E, depois de morar anos naquele mesmo local, você descobre que ali existem mais pessoas do que você imaginava.

É essa a magia da vida. Em situações rotineiras, cotidianas, você descobre que há mais detalhes a se olhar. Ao andar por Catanduva, basta olhar ao redor para ver que há muitas belezas que as pessoas não comentam. Enquanto isso, tantas discussões que não levam a nada. “As coisas mais belas estão sempre escondidas”, dizem.

É só saber onde procurar.

Autor

Guilherme Gandini
Editor-chefe de O Regional.