Novidades no Prime Video
Y2K – O bug do milênio
Divertido filme terrir scifi, na verdade uma brincadeira em torno do ‘Bug do milênio’, uma sensação estranha que rondou o mundo na virada do ano de 1999 para 2000, influenciado por superstição e fake News da época - havia um grande temor na virada daquele ano de que poderia ocorreu uma pane mundial no sistema de informação e computação, que causaria apagões e desordem global. Em cima dessa ideia, o filme se faz – aqui, um grupo de amigos adolescentes se preparam para o Ano Novo. Eles vão para uma festinha agitada na casa de um deles. Há ali duas dezenas de pessoas, amigos que zoam, brincam e dançam. Eles estão preocupados com o tal bug. Até que um rápido piscar de luzes faz com que os eletrônicos da casa adquiram vida própria; computadores se movem, um liquidificador sai voando e ataca as vítimas, robôs e carrinhos movidos a pilha são possuídos, matando um a um. O lugar se torna um palco de mortes sanguinárias, e quatro deles conseguem escapar para uma floresta ao lado. A cidade está sob apagão, tudo escuro. Atrás deles aparece um robozão feito de carcaças de computador, ferro-velho e uma parte com eletrônicos em pleno funcionamento, que os persegue em todo canto. Um filme teen engraçado e ao mesmo tempo sanguinário, que provoca nostalgia, que brinca com as tecnologias daquele período, como mídias portáteis, CDs e CPUs. Da distribuidora A24, que lança bons filmes independentes. O ‘Y2K’ significa ‘Year 2000’ (Ano 2000), um dos apelidos do ‘Bug do milênio’. A indicada ao Globo de Ouro Rachel Zegler e os atores de rosto conhecido do público Jaeden Martell e Julian Dennison estão no elenco central. Exibido no festiva SXSW, a produção independente passou nos cinemas americanos no ano passado e aqui chegou esse mês no Prime Video.
Ennio, o maestro
Grandioso documentário musical sobre o compositor de trilhas sonoras de cinema Ennio Morricone (1928-2020), uma coprodução Itália, Bélgica, Países Baixos e Japão, de 156 minutos, disponível no Prime Video. O diretor italiano Giuseppe Tornatore, que trabalhou com Morricone em ‘Cinema Paradiso’, realiza uma obra única, uma homenagem a um dos maiores nomes da música de cinema. Também maestro e arranjador, Morricone escrevia músicas como poesia, com facilidade para as partituras e melodias. Há um vasto material de arquivo, com entrevistas antigas e recentes de Morricone, parte delas exclusivas para o documentário que não viu sair – ele faleceu em 2020, e um ano depois o filme seria lançado no Festival de Veneza. Dão depoimentos especiais para o filme compositores de cinema como Nicola Piovani, John Williams e Hans Zimmer, diretores com quem trabalhou, como Giuliano Montaldo, Lina Wertmüller, Roland Joffé, Bernardo Bertollucci, Roberto Faenza, Dario Argento, os irmãos Taviani e Quentin Tarantino, e cineastas admiradores, como Wong Kar-Wai e Clint Eastwood. Com cenas de seus filmes, Morricone fala sobre o processo de criação das músicas a partir de storyboards, como pensa e escreve as trilhas, a dedicação intensa que o fez compor trilhas para 18 filmes diferentes em um ano. A primeira parte do doc traz um lado menos conhecido dele, quando regia músicas italianas populares nos anos 60, para cantores como Paul Anka, Edoardo Vianello, Miranda Martino e Jimmy Fontana. Na segunda parte, o foco é o cinema. O filme é uma aula de música, com o compositor contando passo a passo para a produção de dezenas músicas de longas, da Trilogia dos Dólares, passando pelo cinema político italiano dos anos 70 até chegar aos últimos trabalhos na metade dos anos 2010. Segundo o IMDB, 548 composições são atribuídas a ele, para filmes e séries. Imortalizou trilhas que não ficaram só no cinema, caindo no gosto popular e até hoje tocadas por aí, como ‘A missão’, ‘Era uma vez no Oeste’, ‘Era uma vez na América’, ‘Cinema Paradiso’ e ‘O intocáveis’. O doc ganhou três prêmios David di Donatello, o Oscar italiano, nas categorias edição, documentário e som. Assistam.
Autor