Leitor fiel do jornal O Regional, Murillo Astêo Tricca, que faleceu na terça-feira, esteve recentemente na sede do periódico para conhecer a equipe de jornalismo. Fez isso mais de uma vez. Também fez ligações telefônicas para perguntar quem era o autor de determinado artigo e para elogiar “boas histórias” trazidas nas páginas do jornal. Assim ele “tomou coragem” para se lançar articulista: apresentava textos curtos relembrando passagens históricas de Catanduva e também aproveitou eu espaço para comentar temas trazidos por outros articulistas ou mesmo reportagens do jornal. Com um pouco mais de tempo e liberdade, seria um ombudsman. Se assim fosse, certamente seria dos mais gentis. No alto dos seus 88 anos, também passou a escrever poesias, confidenciando que o fazia ao deitar na cama, antes de dormir. Por um motivo qualquer, adotou um pseudônimo para assiná-las, apesar de claras declarações de amor que, provavelmente, faziam referência a outros tempos, porém bem reais. Em uma de suas últimas visitas à redação, fez doações a um projeto social divulgado pelo jornal no dia anterior, pois gostou da proposta. Ontem, em todas as conversas feitas por nossa equipe para trazer um pouco sobre sua história, em homenagem, as palavras dirigidas a eles foram das mais positivas. O estrangeirismo “gentleman”, de forma curiosa, se repetiu, mostrando que para traduzi-lo é preciso ir além dos adjetivos comumente usados nessas situações. Murillo deixará saudades.