Nossas máscaras

É incrível como a ascensão das redes sociais escancarou muitas de nossas mazelas. As redes sociais possibilitaram a utilização de diversas máscaras, as quais já recorríamos em nosso cotidiano, porém, o pior de cada um de nós ficou ainda mais escancarado, e a partir delas, outros problemas surgiram. Mas vamos com calma.

Não é difícil encontrarmos em quaisquer redes sociais aquelas pessoas que “sempre estão bem”, há nelas uma necessidade de expor sua “felicidade” como se isso fosse deveras relevante aos demais e de fato, acaba sendo, pois estamos convictos de que o estado emocional do outro é deveras importante para nós, tamanha é a necessidade de estarmos inseridos num aparente grupo social.

Risos, maquiagens, vídeos, passeios, ostentação, tudo previamente esquadrinhado para revelar aos “seguidores” quão perfeita é aquela vida, mesmo que aparentemente só venha a calhar nos poucos minutos do TikTok ou nos stories do Instagram. Porém, é mais uma máscara que é utilizada para angariar fundos e mais seguidores, estes por consequência, elaboram a sua própria máscara, baseada naquele ídolo tão almejado.

O que estes astros momentâneos não deixam claro é que através das máscaras criadas para fomentar um mundo ilusório, muitos jovens acabam desenvolvendo uma síndrome chamada FOMO ou Fear of missing out, que em tradução livre significa “medo de estar fora” que, entre outros tantos sintomas, tem como o uso intensivo das redes sociais, preocupando-se com fotos e suas possíveis notificações, gerando ansiedade e medo do não pertencimento.

Mas bem, essas máscaras que usamos atualmente nas redes sociais não são fenômenos de agora, sempre as tivemos e talvez sempre as teremos, elas são utilizadas para que possamos fazer parte de um determinado grupo social e no anseio de sermos aceitos a qualquer custo, nos tornamos outra pessoa. Ela é usada para disfarçar e enaltecer uma vida de mentira e em alguns casos, essa mentira torna-se verdade.

Temos a máscara de bom menino, muito usada pelos políticos (em especial em anos eleitorais), onde tudo é amor, tudo é respeito e humanização, mas, que nas primeiras cobranças, esta máscara não é sustentada, uma vez que não é a real pessoa...

Tomemos cuidado, principalmente ao inflarmos demais o nosso ego e deixarmos nossa essência de lado, para tanto, aprender ouvir algumas críticas e procurar ajuda quando aconselhado é deveras importante, em especial, para que não nos deixemos manipular por essa falsa vida, nem tampouco por alguns poucos likes e comentários. Viver é muito mais difícil, porém muito mais gratificante do que ser um boneco virtual manipulado por alguns algoritmos.

Autor

Eduardo Benetti
Professor Recreacionista em Catanduva