Nossa própria ‘pandemia’

Não satisfeito com a pandemia do coronavírus, que levou vidas e devastou a economia, o Brasil tem criado sua própria crise de saúde pública diante do avanço da dengue. Os números são preocupantes por todo o país e especialmente no Estado de São Paulo, que decretou estado de emergência no início desta semana. Dados atualizados até 4 de março mostram que 131 municípios paulistas registraram mais de 300 casos por 100 mil habitantes, considerado nível epidêmico. Entre eles está Catanduva, que atingiu 502 confirmações da doença ontem e registrou o primeiro óbito suspeito. Há, ainda, 769 casos em investigação, o que poderia elevar os casos positivos para 1.271. Ou seja, as coisas também começam a se agravar por aqui. O que preocupa, além da proliferação desenfreada do mosquito em si, é que não está sendo vista qualquer mobilização diferenciada das equipes da Secretaria de Saúde e/ou da Equipe Municipal de Combate ao Aedes aegypti, a EMCAa. Aparentemente, o trabalho de rotina e os bloqueios prosseguem dentro da normalidade, talvez com maior demanda, mas sem adoção de quaisquer medidas mais rígidas. Na região, são várias as cidades que vêm realizando mutirões e forças-tarefas para eliminar criadouros do mosquito, vasculhando casas, quintais e terrenos. Ainda que seja tarde para impedir que a doença continue fazendo vítimas, talvez esteja em tempo de remediar o caos já instalado e evitar que a epidemia que se desenha se torne a pior da história. Catanduva precisa ir além da adoção de campanha educativa nas redes sociais, pois durante a própria crise, a ação educativa não é boa arma. Ela deveria ter sido utilizada antes das coisas se agravarem. Agora, é preciso apostar na nebulização e no combate corpo a corpo com o Aedes.

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Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.