Nós somos do jazz

Nós somos do jazz 

Três amigos montam uma banda de jazz improvisada na década de 20 e percorrem cidades russas para levar música e descontração.  

Comédia musical soviética inusitada e descompromissada, mas que não deixa de ter críticas sociais, dirigida por Karen Shakhnazarov (de 'O mensageiro' e 'Tigre branco'), hoje diretor da Mosfilm, um dos maiores e mais antigos estúdios de cinema da Rússia.

Conta a jornada de idas e vindas de três músicos inspirados e novatos, que improvisam instrumentos para criar um conjunto de jazz, uma dixie band (estilo musical malvisto, por ser um tipo de música “menor”, dos negros e dos proletários, e ligado aos EUA, país capitalista - a história tem como pano de fundo a década de 20, já com a URSS formada).

Fazem certo sucesso e passam a viajar levando a música para pequenos grupos e salões. Com parcos recursos, reutilizam materiais domésticos e de cozinha, como potes de cobre como prato, e recorrem a instrumentos antigos e gambiarras para emitir o melhor som do mundo, e assim alegrar a vida das pessoas. 

É um filme pouco conhecido, sobre a revolução da música nas comunidades, o poder de transformação dela (para quem faz e para quem ouve), e trata da união de esforços para algo coletivo e inovador. Tem muitos números musicais e longas cenas de preparação do conjunto e do grupo nos palcos. Recomendo os apreciadores de música assistirem – o filme acaba de sair em DVD pela CPC-Umes Filmes em boa cópia. 

 

Nós somos do jazz (My iz dzhaza). URSS, 1983, 88 minutos. Musical/Comédia. Colorido. Dirigido por Karen Shakhnazarov. Distribuição: CPC-Umes Filmes. 

Autor

Felipe Brida
Jornalista e Crítico de Cinema. Professor de Comunicação e Artes no Imes, Fatec e Senac Catanduva