No Dia dos Pais, Lázaro Ramos estrela “Papai é Pop”

Com a entrada em cartaz essa semana de Papai é Pop, no CineX, no Garden Shopping de Catanduva, temos a situação não muito comum de dois filmes nacionais em exibição. O segundo é a comédia O Palestrante, com Fábio Porchat. Os outros são as animações Minions 2: A Origem de Gro, DC Liga dos Superpets e a aventura Trem-bala.

Papai é Pop é livremente inspirado no livro de mesmo nome de Marcos Piangers, sucesso na internet e em palestras, com direção de Caito Ortiz e roteiro de Ricardo Hofstetter. No longa, Tom (Lázaro Ramos) e Elisa (Paola de Oliveira) tem sua rotina radicalmente mudada com o nascimento da pequena Laura. Tom tem de se adaptar à sua nova vida, que mexe com o relacionamento do casal e seu dia a dia. Também interfere na relação de Tom com sua mãe, Gladys (Elisa Lucinda), que o criou sozinha.

Elisa é advogada, e busca reconhecimento em um importante escritório, enquanto Tom, profissional de TI, passa as horas vagas como gamer, no bar e no futebol com os amigos. Ambos lidam com as contas atrasadas, o pequeno carro que sempre quebra, e as limitações impostas por seus gostos e preferências. E ficam felizes quando a chegada da pequena Laura, que vemos de bebê até criança (Malu Aloise). Elisa tem de lidar com todos os incômodos da situação, como o cansaço, duplo papel em casa e no trabalho, sem contar com a preocupação com a sua saúde e a da filha, Tom mantém seu jeito carinhoso, distraído e brincalhão, e mantém seu tempo livre intocado.

A realidade da vida, porém, leva às discussões e desentendimentos, consequência natural da situação. Papai é Pop entrega ao espectador várias situações divertidas, emotivas e de reflexão sobre esse tipo de relacionamento. Tom busca mudar seu jeito de ser, o que afeta não apenas sua vida, mas sua relação com a esposa e a mãe.

Mesmo sendo uma comédia dramática, Papai é Pop discute a condição do homem brasileiro comum, e os desafios e as dificuldades da paternidade, que o obrigam a reconsiderar sua maneira de se comportar. O filme, como o livro que lhe deu origem, mostra uma visão otimista, entretanto, para a geração atual e futuras.

O escritor considerava impossível transformar seu livro em filme, até que o diretor Caito Ortiz assistiu a uma palestra do autor e decidiu que a história era sobre a transformação da paternidade, e não sobre episódios entre um pai e suas filhas, o que deu mais profundidade ao roteiro.

Papai é Pop é um filme feito para divertir, emocionar e refletir, que também mostra a versatilidade de Lázaro Ramos, um dos nomes mais frequentes do cinema brasileiro atual, como a recente distopia Medida Provisória

Autor

Sid Castro
É escritor e colunista de O Regional.