Neurônio espelho

Os neurônios espelho foram descobertos por Rizzolatti e colaboradores na área pré-motora de macacos Rhesus, na década de 90. Tratava-se de neurônios que eram ativados quando o animal realizava um movimento com uma finalidade específica. Esses neurônios também eram ativados quando o animal observava um outro realizando a mesma tarefa.

A importância desta descoberta para a compreensão do comportamento dos seres humanos foi imediatamente percebida. Tendemos a imitar, inconscientemente, aquilo que observamos, ouvimos ou percebemos de alguma forma.

As emoções também podem ser espelhadas pois, quando vemos alguém chorar, por exemplo, nossas células refletem a expressão do sentimento que pode estar por trás das lágrimas e trazem de volta a lembrança de momentos que já vivenciamos. A essa capacidade dá-se o nome de empatia. Essas células também refletem uma série de elementos da comunicação não verbal, como por exemplo, pequenas mudanças na face e no tom de voz nos ajudam a compreender o que o outro está pensando ou sentindo.

Os neurônios espelho podem explicar muitas habilidades mentais como linguagem, imitação, aprendizado e cultura. Somos influenciados o tempo todo pela família, por amigos, desconhecidos, notícias, publicidade, filmes, livros e cursos. Mas nem todas as influências são positivas. Conviver com uma pessoa depressiva, queixosa, pessimista, trágica, por exemplo, pode nos sobrecarregar emocionalmente porque podemos absorver os sentimentos do outro.

Pessoas tóxicas roubam tudo: nossa paciência, nossa paz, nosso tempo e, aos poucos, nossas conquistas. Elas sugam a nossa energia, disposição e bom humor, conseguem ofuscar nossos objetivos e até mudar nossa forma de ver o mundo.

Ao contrário, o convívio com pessoas alegres e otimistas, a seleção das notícias absorvidas, das leituras realizadas, promove mudanças positivas, trazendo bem estar físico, mental, social e espiritual. Sabiamente, Roberto Crema deixa a seguinte reflexão: mudar o mundo é mudar o olhar.

Autor

Ivete Marques de Oliveira
Psicóloga clínica, pós-graduada em Terapia Cognitivo Comportamental pela Famerp