Não soluciona a pobreza

O que, de fato, significa depender do programa Bolsa Família para viver? Significa que uma família ou indivíduo tem nesse auxílio financeiro uma fonte essencial, e muitas vezes única, de renda para suprir suas necessidades básicas, como alimentação, higiene e, em alguns casos, moradia. Essa dependência revela uma situação de vulnerabilidade socioeconômica, em que as oportunidades de emprego e renda são limitadas ou inexistentes. Em Catanduva, como indicou reportagem da edição de ontem, há 2.733 famílias nessa situação, o que soma 7.635 pessoas. Embora essencial para essa população, o programa não é solução para a pobreza. O Bolsa Família funciona como uma rede de segurança, mas é fundamental que haja outras políticas públicas que promovam a geração de emprego e renda, a educação e a saúde, para que as famílias possam alcançar a autonomia e sair da dependência governamental. Uma das principais críticas é justamente que o programa cria uma dependência das famílias em relação ao auxílio financeiro, desestimulando a busca por emprego e a autonomia financeira. Alguns argumentam que, em vez de ser uma solução de longo prazo, o programa acaba perpetuando a pobreza. Além disso, a falta de fiscalização pode levar a fraudes e irregularidades no cadastro e na distribuição dos benefícios. Há relatos de pessoas que recebem o auxílio indevidamente, enquanto outras que realmente precisam são excluídas. E, pra completar, o programa – inclusivo com mudanças de nome – tem sido utilizado como ferramenta política, com o objetivo de angariar votos e fortalecer a base eleitoral de quem está no poder. Isso pode comprometer a credibilidade e, sobretudo, a eficácia do programa. Isso tudo aponta para a necessidade de aprimorar o Bolsa Família e implementar medidas que proporcionem um futuro mais promissor a essas famílias.

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Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.