Não pode virar aluguel

Assistimos recentemente à devolução do prédio da rua Amazonas, onde estava a Secretaria Municipal de Educação, ao governo estadual. O pedido partiu da Polícia Militar à Prefeitura de Catanduva, que atendeu prontamente, alugando imóvel na av. Eng. José Nelson Machado por R$ 45 mil mensais, ou seja, bem mais de meio milhão por ano. Pouco antes ou pouco depois, em função do fechamento da Casa da Criança Sinharinha Netto, um imóvel na área central foi locado para abrigar as crianças daquela instituição no valor de R$ 15 mil mensais, R$ 180 mil ao ano. Agora tem-se a notícia do leilão da área ocupada pelo pátio de serviços da rua Ceará, com preço mínimo de R$ 5 milhões, concretizando proposta da administração municipal que teve primeiros movimentos ainda em 2022, com envio de projeto de lei sobre o tema à Câmara de Vereadores. Nada contra a venda da área, cujo desmonte retoma debate ocorrido em gestões anteriores, dados os transtornos que as máquinas e a usina de asfalto sempre causaram à população. A questão é saber se, à medida que o governo municipal vai se desfazendo de bens públicos tidos como inservíveis, não poderia usar o dinheiro desse caixa para construir um bem útil? Porque fica complicado destinar essa receita para outras demandas – e é claro que a cidade tem muitas, mas ao mesmo tempo assumir novos aluguéis, que comprometem os recursos públicos. Com o valor da locação de determinados prédios, como os do Poupatempo, Senai e a nova Secretaria de Educação, só para citar alguns com os aluguéis mais altos, seria possível construir imóvel grande o suficiente em área própria ou mesmo recuperando prédio defasado, como o Caic.

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Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.