Não é uma data qualquer
Dia 9 de julho é feriado no estado de São Paulo desde 1997, em referência à Revolução Constitucionalista de 1932. A concretização da data enquanto feriado aconteceu quando o projeto de lei nº 710/1995, do deputado estadual Guilherme Gianetti, no mandato do então governador Mário Covas, foi aprovado. Apesar de ser uma data histórica, muitos desconhecem seu real significado. Mas, afinal, o que foi o dia 9 de julho? Com auxílio da advogada Raquel Fabiana Câmara Grieco, vamos recuperar essa história. No início da década de 30, o Brasil vivia enorme agitação em razão da Revolução de 1930, que colocou Getúlio Vargas no poder. As medidas de Vargas visavam reduzir a autonomia dos estados do país. O governante indicava interventores para governá-los segundo seus interesses. São Paulo foi um dos estados mais descontentes com a situação, e assim, com o apoio de grupos econômicos e políticos locais, organizou um levante que resultou no maior conflito militar do país no século 20. Com início em 9 de julho de 1932, terminou com a rendição do Exército Constitucionalista em 2 de outubro, tendo como estopim as mortes de jovens paulistas por tropas getulistas durante manifestação no Centro de São Paulo, no dia 23 de maio. A luta e morte dos jovens se tornaria símbolo daquela conquista. As iniciais formaram a conhecida sigla MMDC, que, posteriormente - para alguns -, passou a ser reconhecida por MMDCA, em alusão a Martins, Miragaia, Dráusio, Camargo e Alvarenga. Dentre os legados e principais consequências da Revolução, é possível citar, a curto prazo, a convocação de uma Assembleia Constituinte, a reabertura do congresso e a convocação de eleições gerais. Em longo prazo, viu-se o crescimento da valorização dos preceitos democráticos, da participação popular na política, da vigilância mais próxima sobre os governantes, como também, maior atenção e reflexão sobre o exercício da cidadania.
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