Na onda das cinebiografias da música, A História de Whitney Houston
I Wanna Dance With Somebody - A História de Whitney Houston, é o novo filme em exibição no CineX, no shopping de Catanduva. Não é coincidência, pegue o nome de uma música famosa e conte a biografia do(a) artista: Bohemian Rapsody, com Fred Mercury (aliás, os mesmos produtores), Rocketman, Elton John; no Brasil, Somos Tão Jovens e Renato Russo; Elvis (o próprio, afinal, é o rei), mas também Elis, King Richard, Johnny & June, Piaf, entre outros. Seguindo a onda, I Wanna Dance With Somebody: A História de Whitney Houston, dona de um vocal inigualável, que lhe rendeu o apelido de The Voice, A Voz.
Não é fácil resumir uma vida em uma sessão de cinema. Com direção de Kasi Lemmons, I Wanna Dance With Somebody não arrisca e segue uma narrativa tradicional, passeando de forma linear nos momentos principais da vida de Whitney, do início nos anos 1980 até sua trágica morte em 2012. O objetivo é ganhar o público através da emoção e de sua voz, através da saudade de uma cantora que partiu cedo.
Um filme desses só funciona se, em primeiro lugar, houver credibilidade na intepretação de uma estrela ainda na memória afetiva e visual de todos. A atriz Naomi Ackie faz Whitney da jovem sonhadora até a artista completa que domina os palcos com a voz e a emoção. Isso inclui figurino, cabelo, maquiagem, trejeitos, expressões e olhares da cantora reprisados com perfeição pela atriz, sem contar a sincronização de seus lábios com A Voz original de Whitney, que não poderia ser outra senão dela própria nos momentos em que a personagem canta. Mas Naomi usa sua voz real em alguns momentos do filme, como na cena inicial do coral da igreja e no treino vocal com sua mãe, Cissy (Tamara Tunie), ou quando canta para Clive Davis (Stanley Tucci), o lendário executivo da indústria fonográfica americana que a lançou.
O filme não deixa de abordar uma das polêmicas que envolveram a cantora: a de que ela não era “negra o suficiente”, e que se “vendera” à indústria para agradar aos brancos. O filme retrata as vaias recebidas quando de sua participação numa premiação voltada para artistas afroamericanos. Foi o momento em que Houston conheceu Bobby Brown (Ashton Sanders), com quem teve um casamento conturbado entre 1992 e 2007. Outro ponto importante é a relação de Whitney com a assistente pessoal Robyn Crawford (Nafessa Williams), que começou como uma amizade que evoluiu para algo bastante íntimo, porém, mal visto pelo público da época. Também a participação da cantora como atriz no filme O Guarda-Costas, com Kevin Costner, que foi uma produção odiada pela crítica, mas amada pelos fãs, da década de 1990, embalada pela canção I Will Always Love You, que fez tanto sucesso quanto o longa. O início do envolvimento com as drogas que afetou o vocal e sua carreira, levando ao desfecho trágico, são mostrados num filme que retrata a ascensão e queda de uma estrela.
Autor