Músicas de Natal

As músicas de Natal, em sua maioria, são versões ou traduções das já existentes. A primeira canção genuinamente brasileira foi a marchinha “Boas festas” (1932), de Assis Valente e gravada inicialmente por Carlos Galhardo. Depois, até a Hebe Camargo, em início de carreira (1953) e os Novos Baianos a gravaram (1972). Esta música quase não saiu por ser triste demais. Afinal, “eu pensei que todo mundo fosse filho de papai noel” e “o meu papai noel não vem, com certeza já morreu” não alegra ninguém. Outra música brasileira famosa foi a valsa “Natal das crianças” (1955), de Blecaute, o “General da banda”.

Dos que se aventuraram nesta seara, a mais famosa, foi a cantora Simone, a Bittencourt, da MPB e não a Mendes do “feminejo”. Faz aniversário em 25 de dezembro. Quase recebeu o nome “Natalina”. Em 1995 lançou o maior sucesso de vendas de sua carreira, o CD “25 de dezembro”, com canções exclusivamente de Natal. Vendeu mais de um milhão e meio de cópias e é tocado até hoje nesta época. Ela praticamente inaugurou um segmento até então pouco expressivo no mercado fonográfico, o de músicas cristãs e de Natal. Com uma produção artística muito bem feita, trouxe as versões brasileiras para clássicos internacionais. Destacam-se “Sinos de Belém”, versão de “Jingle Bells” (1857) do norte-americano James Pierpont. Tem “Noite feliz”, versão de “Stille natch” (1818), dos austríacos Franz Gruber e Joseph Mohr. E também “Natal branco”, versão de “White Christmas” (1942) do norte-americano Irving Berlin. Mas a principal canção do disco é “Então é Natal”, versão de “Happy Xmas – War is Over” (1971), do inglês John Lennon e da japonesa Yoko Ono. Tocou tanto que virou meme.

Outras canções menos conhecidas são “A nata do Natal – Estrelas do Natal” de Luiz Melodia, “Amargo presente” (1983) de Beth Carvalho, “Que Natal é esse – Natal Brasileiro” de Jorge Ben Jor, “Hoje é Natal” (1976) do Cassiano, “Feliz Natal papai noel” (1997) de Martinho da Vila, “Meu menino Jesus” (1998), de Roberto Carlos. Álbuns específicos com canções de Natal tem vários. Cito dois. “Natal bem brasileiro” (2008), da excelente gravadora Biscoito Fino com a participação de cantores brasileiros. O outro álbum é “Em família” (1997), de Chitãozinho e Xororó. Vendeu 750 mil cópias. Traz músicas de Natal, religiosas, da folia de Reis e um sucesso esquecido de Cláudio Fontana, imortalizado na voz de Antônio Marcos, “O homem de Nazareth” (1973). O especial de Natal do rei fez 50 anos. É lançado nesta época, mas não é exclusivo de músicas natalinas. Não citarei regravações porque não caberia num artigo.

Mas o que é importa é a comemoração do nascimento de Jesus Cristo. É a mensagem de fé, esperança e amor ao próximo. Desejo aos queridos leitores um Natal para o ano todo e um excelente 2025.

Autor

Toufic Anbar Neto
Médico, cirurgião geral, diretor da Faceres. Membro da Academia Rio-pretense de Letras e Cultura. É articulista de O Regional.