Mulheres que sofrem por amor

São numerosas as narrativas acerca do universo amoroso de mulheres e sua relação com o sofrimento presentes em vivências do cotidiano. 

A condição feminina tem exigido atuações – profissionais e pessoais – que, do ponto de vista do observador, beiram a perfeição. Do ponto de vista do indivíduo, porém, deixam muito a desejar, distanciando-o cada vez mais da possibilidade da expressão autêntica de sua personalidade. 

A contemplação de diferentes fontes – conversas, literaturas, mídias etc. – nos faz afirmar que, no imaginário social da atualidade, poucos acontecimentos parecem tão assustadores quanto a ameaça de ruptura do vínculo amoroso. Frisamos ameaça, pois a simples perspectiva é, muitas vezes, suficiente para provocar grande angústia, gerando as mais diversas consequências. 

Destacamos que a questão do “sofrimento amoroso de mulheres” se dá unicamente em virtude da limitação do nosso tema, muito embora consideremos que a sensibilidade à importância dos vínculos afetivos não seja exclusividade do sexo feminino. 

Circula, no imaginário social, uma crença segundo a qual as mulheres seriam mais vulneráveis aos impasses associados à vida amorosa do que os homens. Possivelmente porque elas o demonstram mais.  

O que se verifica nos relacionamentos afetivos são tanto expectativas divergentes como diferente ênfase dedicada ao assunto entre as populações masculina e feminina. 

Concluímos que o sofrimento feminino está primariamente ligado a situações derivadas do incalculável destino e a existência de um campo psicológico inconsciente pelo temor da solidão.

Autor

Ivete Marques de Oliveira
Psicóloga clínica, pós-graduada em Terapia Cognitivo Comportamental pela Famerp