Mulheres na política
Nos 610 municípios paulistas em que a eleição para a prefeitura já foi definida, foram eleitas 67 mulheres e 543 homens, o equivalente a 10,98% e 89,02%, respectivamente. O percentual de mulheres eleitas para comandar o Executivo municipal é levemente maior ao de 2020, quando foram eleitas no primeiro turno 60 prefeitas (9,9% do total) e 546 prefeitos (90,1%). Por outro lado, a maioria do eleitorado paulista é feminina: são 53% de eleitoras e 47% de eleitores. Na região de Catanduva, entre 20 municípios, apenas um será comandado por uma mulher no próximo mandato – e ela já ocupava o cargo, tendo conseguido a reeleição. Ou seja, nada mudou em quatro anos. Tanto se fala sobre a igualdade de gênero, mas na ocupação dos cargos políticos isso ainda se prova bem distante de ser realidade. E o fenômeno não é exclusividade do Executivo: a representatividade das mulheres nas Câmaras Municipais também continua baixa. Em Catanduva, por exemplo, dos 13 vereadores eleitos, apenas três são mulheres e apenas uma delas é novata. Já em Novo Horizonte, dos 13, há apenas uma mulher. Outro fato recorrente nas eleições municipais são as mulheres candidatas a vereadora que aparecem com pouquíssimos ou até sem votos, comprovando que só estão ali para preencher a cota exigida dos partidos pela legislação. Triste ver que elas se dispõem a isso e que os caciques dos partidos, em sua maioria homens, ainda mantém tal conduta. Em vez de estimular a candidatura feminina, capacitando e preparando jovens mulheres para ocuparem tais cargos, deixam para a última hora e encaixam potenciais vítimas do sistema. A candidatura feminina é importante para a democracia e, mais do que isso, a presença de mulheres nos cargos de comando do Executivo, Legislativo e Judiciário pode trazer novo olhar para o poder público, contribuindo de fato para uma sociedade melhor.
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