A Guarda Civil Municipal de Catanduva agiu rápido em caso de violência contra a mulher e deteve o agressor em flagrante. Infelizmente são poucos os casos em que esse desfecho acontece. Normalmente a vítima demora a conseguir ajuda e teme pela própria vida, diante das ameaças do seu companheiro. Na maioria dos casos, aliás, a dependência emocional e até financeira impede qualquer tipo de ação que possa romper o ciclo de violência. Para enfrentar, de fato, esse problema social, é preciso abordagem multifacetada e coordenada, baseada sobretudo na prevenção. Tudo começa na sala de aula, com a promoção de valores de igualdade, respeito e não violência. Seria preciso apostar em campanhas públicas para sensibilizar as pessoas sobre os efeitos da violência, fortalecer laços familiares e comunitários, além de garantir acesso a emprego a esse público feminino. A partir da educação será possível, quem sabe, conseguir mudanças culturais que são necessárias, combatendo estereótipos, envolvendo homens na luta contra a violência, bem como líderes religiosos, culturais e sociais, além dos meios de comunicação. Não é uma jornada fácil, mas ela precisa ser trilhada. Em paralelo, é preciso oferecer apoio às vítimas, já que elas não podem esperar pelo surgimento de uma nova geração mais consciente – o problema dela é imediato e sua vida está em perigo constante. A mulher precisa ter canais de ajuda, com acesso rápido e assistência, dispor de abrigos seguros para ela e seus filhos, e acessar serviços de saúde, psicologia, assistência social e acompanhamento jurídico. As políticas públicas precisam funcionar plenamente, com aplicação da Lei Maria da Penha, inclusão de perspectivas femininas em decisões governamentais, investimento em segurança pública com treinamento policial específico para esse tipo de violência. Além disso tudo, também podemos agir individualmente denunciando casos de violência, apoiando e participando de movimentos sociais, educando-se e promovendo diálogos respeitosos.