Mulher-Hulk – Defensora de Heróis e advogada da Marvel

A chegada de uma versão feminina do Incrível Hulk, o forte e furioso gigante verde da Marvel, se tornou trend topic no twitter, quando do lançamento, na última quinta-feira, do primeiro episódio da nova série pelo canal Disney+: a Mulher-Hulk (no original, She-Hulk). Ao longo das próximas semanas, serão exibidos os demais nove episódios.

Antes de estrear, a série teve uma recepção polêmica devido à qualidade considerada baixa dos efeitos digitais no trailer - criada em animação digital, assim como o Hulk do cinema. A Marvel prometeu melhorar, em meio a uma crise dos trabalhadores do setor de animação digital, terceirizados.

Mulher-Hulk foi criada em 1980 por Stan Lee e John Buscema, no auge do sucesso do seriado de TV O Incrível Hulk, estrelado por Bill Bixby e pelo fisiculturista Lou Ferrigno, que grunhia e rasgava as roupas com a pele pintada de tinta verde. A Marvel Comics se antecipou a uma possível versão feminina do programa, o que teria implicações em direitos autorais.

A revista da Mulher-Hulk nunca chegou a ser um grande sucesso, até cair nas mãos do escritor e desenhista John Byrne (X-Men), cuja habilidade nos roteiros e desenhos “quebrava a quarta parede”, isto é, a heroína “conversava” com o leitor e com o autor. Na série da Disney, acontece o mesmo com a Mulher-Hulk, olhando direto para a câmara e “falando” ao espectador.

Em Mulher-Hulk: Defensora de Heróis, Jennifer Walters (Tatiana Maslany) é uma advogada comum, cujo primo é o famoso dr. Bruce Banner (Mark Ruffulo), ninguém menos que o Hulk. Ela sofre um grave acidente de carro, e acaba recebendo, acidentalmente, o sangue contaminado pela radiação gama responsável pela transformação de Bruce no monstro verde.

A partir de então, tudo muda, e a baixinha e delicada Jennifer se transforma em sua versão feminina, alta e poderosa da Mulher-Hulk. Agora, a advogada precisa aprender a controlar seus novos poderes e, contra a vontade, se torna uma super-heroína. Com o tempo, passa a gostar de seu novo corpo e poderes, se tornando uma celebridade.

Além do upgrade físico, Jennifer também é promovida na carreira, e seu escritório utiliza sua nova fama como Mulher-Hulk para ganhar notoriedade, no recém-criado setor de defensoria dos super-heróis. Ela tem de se adaptar à sua condição de mulher (extremamente) poderosa, lidando com as bem-humoradas dificuldades em, por exemplo, arranjar um namorado via Tinder.

Ao mesmo tempo, tem de enfrentar super-vilões como o Abominação (Tim Roth) e Titania (Jameela Jamil), lembrando que apesar de comédia, é uma série de super-heróis, com muita ação. E como série “de advogados”, surgiu a oportunidade da Marvel reapresentar o também advogado Matt Murdock (Charlie Cox), o herói cego Demolidor, que ano que vem voltará com nova produção pela Disney+, após três bem sucedidas temporadas na Netflix.

Autor

Sid Castro
É escritor e colunista de O Regional.