Há uma força transformadora em uma simples mudança de perspectiva. Roberto Crema nos convida a refletir sobre isso ao afirmar: “Mudar o mundo é mudar o olhar.” Não se trata apenas de ver diferente, mas de ser diferente através da forma como enxergamos a vida, as pessoas e as circunstâncias.

Um olhar que estreita e subtrai é aquele que reduz o outro a rótulos, que enxerga somente as falhas e ignora as potencialidades. É um olhar fechado, condicionado por preconceitos, medos e feridas não curadas. Ele se torna uma barreira que separa, afasta e fere. É o olhar do julgamento, que condena antes mesmo de buscar compreender.

Mas, ao transformar esse olhar, o mundo ao nosso redor também muda. Quando deixamos o olhar estreito e adotamos o olhar que amplia e engrandece, passamos a ver além das aparências. Reconhecemos a humanidade em cada pessoa, as histórias que explicam seus atos e as dores que moldaram suas escolhas. Esse novo olhar não condena, mas acolhe. Não desvaloriza, mas enaltece.

É o olhar que compreende e perdoa. Compreender não significa aceitar tudo de forma passiva, mas sim buscar entender as razões por trás de atitudes que antes julgávamos inaceitáveis. E o perdão, por sua vez, é o maior gesto de liberdade. Ele nos desamarra do peso do ressentimento, permitindo que sigamos mais leves e mais conectados ao que verdadeiramente importa.

Quando mudamos o nosso olhar, mudamos também a forma como nos relacionamos com o mundo. Passamos a ver possibilidades onde antes havia apenas problemas. Cultivamos empatia ao invés de indiferença, e enxergamos oportunidades de crescimento até nas adversidades.

Mudar o mundo não é uma tarefa externa, mas uma revolução interna. O mundo reflete aquilo que carregamos dentro de nós. Assim, ao transformar nosso olhar, começamos a plantar sementes de transformação ao nosso redor. Um sorriso sincero, um gesto de bondade, uma palavra de incentivo pode brotar desse novo olhar e espalhar ondas de mudança que chegam muito mais longe do que imaginamos.

O convite de Roberto Crema nos lembra que o poder de transformar está ao alcance de todos nós. É uma escolha diária: abrir os olhos para o que engrandece, acolhe e une. Porque, ao mudar o olhar, mudamos não apenas o mundo que vemos, mas também o mundo que deixamos para os outros.