Mickey 17: Robert Pattinson estrela filme do diretor de Parasita
Enquanto os brasileiros comemoram seu primeiro Oscar, o vencedor de quatro prêmios da Academia, 6 anos atrás com Parasita – incluindo Melhor Filme, o diretor do filme, o sul-coreano Bong Joon-ho, vem com Mickey 17, um ficção científica com crítica social. O filme entrou em cartaz em Catanduva quinta-feira, no Grupo Cine, no Shopping.
Baseado no livro de Edward Ashton, o filme se passa em 2054, quando Mickey Barnes (Robert Pattinson, de The Batman) vê seu empreendimento com seu sócio Timo (Steven Yeun) ir à falência, deixando ambos sob ameaça de um perigoso agiota, Darius Blank (Ian Hanmore). Este tem sob suas ordem o terrível Homem da Motosserra (Christian Patterson), cujo apelido fala por si sobre os implantes em seu corpo.
Perseguidos por ele, Mickey e Timo fogem para o espaço num projeto de colonização de um planeta distante. Timo consegue uma colocação como piloto, porém, Mickey, sem habilidades ou escolha, aceita a posição de Descartável, algo similar a ser cobaia humana, enfrentando testes e experimentos cuja única garantia era não morrer. O que ele não sabe é que Descartáveis são replicados, clonados em máquina.
Mickey logo se arrepende de sua escolha. Acreditando fora do alcance do agiota, ele agora está na sua 17ª versão clonada (daí o nome do filme) e na expectativa da chegada do Homem da Motoserra chegar para esquartejá-lo. Enquanto isso, sobrevive de modo igualmente perigoso, enfrentando de acidentes a alienígenas. O planeta a que foi enviado, Niflheim, além de gelado, é habitado por seres rastejadores, espécie de centopeias gigantes com muitos dentes.
Vivendo todo esse horror, Mickey 17, tem outros problemas, como a expedição de colonização ser chefiada por um político inescrupuloso, Kenneth Marshall (Mark Ruffalo, o Hulk). Sua mulher, Ylfa (Toni Collette), além de lhe dar péssimos conselhos, gosta mesmo de se dedicar à invenção... de novos tipos de molho.
Com isso tudo, não espanta que Mickey 17 encontre seu fim, o que faz a missão providenciar a geração do Mickey 18. Entretanto, aquele planeta tem seus segredos, e um deles faz com que Mickey 17 sobreviva, encontrando, na nave, o seu clone, o que é totalmente proibido. Além disso, Mickey 17 não quer perder sua namorada, Nasha (Naomi Ackie), o único alento em seu inferno múltiplo. É inevitável que os Mickey 17 e e 18 se embatem, sendo que este é uma versão mais agressiva e perigosa. Uma ajuda inesperada vem de uma jovem cientista, Dorothy (Patsy Ferran), que pesquisa os Mickeys e os rastejadores.
Joon-ho deu vida a um universo de imagens e efeitos assustadores, mas onde sempre existe uma esperança de humanidade, como em seus outros filmes, como Expresso do Amanhã (2013) e Okja (2017), marcados por críticas sociais profundas e narrativas impactantes. Mickey 17 está longe de ser um oscarizável Parasita, mas muita de sua visão política e social perpassa através do filme.
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