Meus trechos dos outros – Parte I
Desde 2010 cultivamos o hábito de construir um banco de dados com frases interessantes extraídas de livros, revistas, jornais, vídeos, séries, filmes e até mesmo falas ou escritos de pessoas. Esse banco de dados hoje ocupa 78 páginas de um arquivo do Word e constitui-se importante fonte de consulta e informação. A coluna de hoje reproduz a parte I, com sete trechos dos quatorze catalogados nesse arquivo. Vamos a eles: 1)- Frase da filósofa russo-americana Ayn Rand (fugitiva da revolução russa, que chegou aos Estados Unidos na metade da década de 1920), mostrando uma visão com conhecimento de causa: “Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada”. – 2)- A contrarrevolução de 1964 teve como seu principal líder o controvertido general Mourão Filho. O militar não conheceu Lula. Mas, ao que tudo indica, além de seu destemor pessoal, era um profeta. Basta ler o que o militar escreveu no inicio dos agitados anos 70: “Ponha-se na presidência qualquer medíocre, louco ou semianalfabeto, e vinte e quatro horas depois a horda de aduladores estará à sua volta, brandindo o elogio como arma, convencendo-o de que é um gênio político e um grande homem, e de que tudo o que faz está certo, em pouco tempo transforma-se um ignorante em um sábio, um louco em um gênio equilibrado, um primário em um estadista. E um homem nessa posição, empunhando as rédeas de um poder praticamente sem limites, embriagado pela bajulação, transforma-se num monstro perigoso.” – 3)- “Que todos os homens são por natureza igualmente livres e independentes e têm certos direitos inerentes, dos quais, quando entram em um estado da sociedade, eles não podem, por qualquer acordo privar ou despojar sua posterioridade, ou seja, o gozo de vida e à liberdade, com os meios de adquirir e possuir propriedade e perseguir e obter felicidade e segurança.” (Convenção Constitucional dos EUA, de 12 de junho de 1776). – 4)- “O modo de vida pode ser livre e belo, mas nós perdemos o caminho. A cobiça envenenou as almas dos homens – formou uma barricada de ódio no mundo – e nos conduz, marchando à miséria e ao derramamento de sangue. Desenvolvemos a engrenagem, mas nos perdemos dentro dela. As máquinas que dão abundância nos deixaram carentes. Nosso conhecimento nos deixou cínicos; nossa engenhosidade nos deixou duros e rudes. Pensamos demais e sentimos muito pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de esperteza, precisamos de gentileza e delicadeza. Sem essas qualidades, a vida será violenta e todos nós estaremos perdidos.” (Charles Chaplin) – 5)- “Olhe para este dia, pois ele é a vida. No seu curso rápido estão as verdades e realidades de uma existência: a benção do crescimento, a glória da ação, o esplendor da beleza. Pois ontem não passa de um sonho, e o amanhã é apenas uma visão. Mas o hoje, bem vivido, torna o ontem um sonho de felicidade e todo amanhã uma visão de esperança. Olhe, pois, bem então para este dia.” (Vitor Civita) – 6)- do mesmo autor: “Nada, jamais, substituirá um companheiro perdido. Ninguém pode recriar velhos companheiros. Nada vale o tesouro de tantas recordações comuns, de tantas horas más vividas juntos, de tantas desavenças, de tantas reconciliações, de tantos impulsos afetivos. Não se reconstroem essas amizades. Seria inútil plantar um carvalho, na esperança de ter, em breve, o abrigo de suas folhas. Assim vai a vida. A principio enriquecemos. Plantamos durante anos, mas os anos chegam em que o tempo destrói esse trabalho, arranca essas árvores. Um a um, os companheiros nos tiram suas sombras. E aos nossos lutos mistura-se então a magoa secreta de envelhecer...” 7)- Revista Veja 06 de fevereiro de 2013, comentando o livro de John dos Passos, jornalista e escritor americano: “O Brasil nasceu por engano, virou Terra de Santa Cruz depois que se constatou que era muito litoral para uma ilha só, passou quase 200 anos na praia antes de animar-se a escalar o paredão que separava o mar do outro lado da mata, teve como primeira e única rainha Maria, a Louca, acolheu o filho da doida de hospício que roubou a matriz na vinda e a colônia volta e instalou no trono um menino de 5 anos que, sem pai sem mãe, seria promovido a avô da nação. Não é pouco. E não é tudo.” (continua na próxima edição).
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