Meses do ano – origem dos nomes

Os nomes dos meses que compõe o calendário anual, a despeito dos costumes e os povos, é único, alterando-se somente a grafia e a pronúncia, dependendo de cada povo ou região. Essa unicidade difere dos dias da semana, que foram inspirados nos planetas do sistema solar (adotados por maioria dos países) ou na mitologia nórdica, sendo o português e o galego as únicas exceções. Fato é que o calendário solar hoje usado foi introduzido no ocidente pelo imperador romano Júlio César, em 46 a.C. que copiou um modelo usado pelos faraós egípcios. O primeiro calendário romano foi estabelecido no século VII antes de Cristo: o ano tinha 304 dias e era dividido em dez meses. Com o passar do tempo, a contagem foi ficando defasada porque o ano solar, na verdade, tem 365,25 dias. Na época do imperador Numa Pompílio (o segundo rei romano), ainda no século VII a. C., a contagem estava 51 dias atrasada com relação ao início das estações. Pompílio criou então mais dois meses – janeiro e fevereiro e o ano passou a ter 354 dias. Ainda assim, voltou a ocorrer defasagem. Júlio César (100 a 44 a.C.) introduziu o calendário de 365 dias, sem alterar os nomes dos meses. De março a dezembro, os meses receberam seus nomes durante o século VII. Julho e agosto foram rebatizados posteriormente. No primeiro calendário, julho e agosto também eram nomes numerais. Julho era "quintilis" por tratar-se do quinto mês. Agosto era "sextilis" por ser o sexto. Esses dois nomes foram mudados em honra a dois dos mais importantes nomes da história romana. Júlio Cesar foi honrado com o mês de julho e Augusto, que substituiu Sextilis para homenagear o imperador Cesar Augusto (63 a.C. a 14 d.C.), um dos maiores gênios administradores da história, quando venceu definitivamente Marco Antonio e Cleópatra. Janeiro vem de Janus, o deus dos inícios e finais. Fevereiro vem de Februs, um antigo deus dos mortos. Dedicaram esse mês a um deus tão temido para ganhar seus favores. Março vem de Marte, originalmente deus da agricultura e fertilidade, mas que depois passou a ser deus da guerra e da valentia. Já abril era dedicado a Vênus, deusa do amor e da beleza, que segundo a mitologia nasceu da espuma. Maio homenageia Maia, uma antiga deusa da fertilidade. Junho foi inspirado em Juno, a deusa da maternidade e esposa de Júpiter. Finalmente, os quatro últimos meses são derivados do latim: setembro vem de septem, ou sete (antes do calendário implantado por Pompílio, esse era o sétimo mês); outubro refere-se a octo, oito; novembro, vem de novem e dezembro faz referência ao número dez, ou decem. Assim, não importa a língua e os costumes, o calendário herdado dos romanos composto de 12 meses é o único aceito e adotado em qualquer canto do mundo, ainda que possam existir outros calendários mais antigos como o comemorado pelos judeus, que começa a contar desde o nascimento de Adão atualmente vivendo o ano 5783; o islâmico cujo ano zero (0) da Hégira (Hijra), 622 E.C., data da saída do Profeta Muhammad de Meca para Medina e finalmente o chinês que está no ano 4.717 e que faz referência a animais.

Fontes:

https://super.abril.com.br/

https://www.campograndenews.com.br/

Autor

José Carlos Buch
É advogado e articulista de O Regional.