‘Religião e política não se discute’. É o que diz a máxima popular, que considera que os temas são pra lá de complexos e realmente subjetivos. Mas é o respeito à opinião do outro que deve prevalecer mesmo nessa história. Com base nisso e no histórico recente de polarização e “guerra” entre direita e esquerda, o bispo Dom José Benedito Cardoso acerta ao se manifestar aos fiéis sobre a importância do voto como exercício da cidadania, mas sobretudo ao defender o respeito de uns aos outros em suas opções partidárias, com a preservação do diálogo. Ele fala ainda na prevalência da paz e da convivência – “da comunhão entre nós”. Sobre isso vale lembrar de famílias e amigos que romperam laços justamente por discordâncias políticas, assim como pode acontecer por questões religiosas e até futebolísticas, no “país do futebol”. Outros posicionamentos de Dom José na carta aberta à comunidade também são importantes, a exemplo da reafirmação de que a Igreja Católica não possui vínculo partidário e não apoia candidatos políticos específicos, o que é mais do que sabido, e que o clero não pode utilizar redes sociais próprias ou das paróquias, celebrações litúrgicas ou outros momentos eclesiais para manifestações político-partidária. Assim como vale frisar, e essa é por nossa conta, de que os candidatos não utilizem esses momentos religiosos para fazerem campanha, pois não há nada mais chato do que receber santinho eleitoral na entrada da igreja ou ter que cumprimentar candidato no momento que deveria ser reservado para o diálogo religioso e a paz espiritual.