Mais vacinas por favor

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgados em abril do ano passado, mostraram que quase 26% da população infantil do Brasil não recebeu nenhuma dose de vacina em 2021. Vacinas essenciais como a BCG, a tríplice bacteriana e as contra a hepatite B e a poliomielite, todas têm taxas de cobertura menores que as médias mundiais. De acordo com a pesquisadora da Fiocruz, Maria Amélia Saad, a queda da cobertura vacinal é uma questão de saúde pública que tem afetado populações de diversos lugares do mundo, sendo um fenômeno multifatorial. No Brasil, teve início em 2012, acentuando-se a partir de 2016, e sendo agravada pela pandemia de Covid-19. “Essa é uma realidade preocupante à medida que se observa o reaparecimento de algumas doenças preveníveis em território nacional, e que já haviam sido extintas, já que nenhuma das vacinas, nos últimos anos, alcançou cobertura vacinal adequada”, aponta. Uma dessas doenças é a poliomielite, registrada pela última vez no Brasil em 1989, e que corre o risco de reaparecer. Entre as possíveis causas para a hesitação em vacinar, segundo as pesquisas, a falta segurança diante do suposto controle das doenças, a desinformação no debate público e o crescimento de movimentos antivacinas. Em meio a esse cenário, Catanduva também constata índices baixos de cobertura das vacinas contra a Covid-19 para crianças e para a bivalente dos adultos, contra a dengue e contra a gripe. Por mais que as datas sejam prorrogadas e campanhas reforçadas, parece que o reflexo é mínimo. A loucura total da fase em que vivemos é que estamos vendo pais vacinados não querendo vacinar seus filhos devido a informações falsas recebidas pelas redes sociais que apontam supostos riscos à saúde da criança – consequências que sequer aconteceram com eles mesmos, familiares ou amigos. Antes de mais nada, é preciso pensar.

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Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.