Mais uma visão do futuro

Apesar das incertezas da pandemia, não perco o hábito de ler cenaristas. Agora é a vez da The Economist, jornal semanal inglês, pertencente ao grupo Financial Times. Reuniram 50 especialistas dos mais variados setores e pediram a eles que projetassem 20 tendências de comportamento para o mundo no período pós-pandemia. A seguir, um resumo do estudo. 

1) A educação nunca mais será a mesma. O presencial e o remoto se integrarão cada vez mais. O professor assumirá cada vez mais o papel de tutor e não apenas o de transmissor de conteúdo. A interação com o mundo real será cada vez mais necessária.

2) A telemedicina, sistema de atendimento existente há mais de 100 anos, se consolidará no sistema de saúde.

3) As pessoas serão parcimoniosas nos seus gastos. Os produtos eletrônicos serão responsáveis por boa parte destes gastos.

4) O comércio eletrônico atingirá 50% do total das vendas. As lojas físicas que sobreviverem terão que se reinventar.

5) As questões do clima e do meio ambiente serão cada vez mais valorizadas.

6) Será cada vez mais fácil desmentir as notícias falsas (“fake news”).

7) As empresas deverão prestar mais atenção na saúde mental dos seus funcionários em regime de trabalho remoto.

8) As empresas deverão se engajar cada vez mais em empreendimentos sociais.

9) Mais pessoas procurarão ter hábitos de vida saudáveis.

10) Viveremos um novo “Renascimento” cultural. Tal qual aconteceu depois da peste e da idade média.

11) O trabalho remoto ou teletrabalho veio para ficar. Os escritórios físicos se destinarão às interações entre as pessoas.

12) O modelo de negócios envolvendo escritórios mudará. Serão menores, mais funcionais e mais econômicos.

13) Viagens de negócios diminuirão bastante. Congressos serão híbridos.

14) As construções serão cada vez mais tecnológicas. Poder trabalhar em casa ou em qualquer lugar será uma prioridade.

15) O mercado de trabalho não fará distinção entre um trabalhador local ou de outra parte do mundo.

16) A realidade virtual se consolidará como nova forma de consumir os serviços de academia (exercícios físicos), artes e entretenimento.

17) As empresas e as instituições deverão avançar na tecnologia para sobreviverem.

18) O turismo bem assessorado será cada vez mais valorizado.

19) A questão da proteção dos dados se tornará importantíssimo item de segurança pessoal e institucional.

20) Cada vez mais, equipamentos dirigidos por inteligência artificial farão tarefas simples. Muitos empregos serão afetados. Outros sumirão. 

Como todas as previsões, algumas furam. Mas já é possível perceber algumas das tendências em curso. O isolamento foi uma boa oportunidade para repensarmos nossas vidas e refletirmos sobre o que realmente vale a pena. Esta é a melhor maneira de enfrentar as incertezas do futuro. 

Autor

Toufic Anbar Neto
Médico, cirurgião geral, diretor da Faceres. Membro da Academia Rio-pretense de Letras e Cultura. É articulista de O Regional.