Mais subsídio ao esporte
Catanduva tem alguns talentos incríveis do esporte que nunca receberam o devido valor do poder público. São pessoas que despontaram em suas modalidades e estão entre os melhores do país ou do mundo, mas que, aqui, pouco conseguiram. Precisaram buscar patrocínio e apoio em outras localidades, representar clubes de fora, às vezes até carregar o nome de outro município. A questão não é de hoje, vem de longa data. Um exemplo disso é o corredor Altobeli Silva, que era entregador de panfletos na cidade e se deslumbrou ao ver a propaganda de uma corrida de rua em um outdoor e isso marcou o início de sua carreira de sucesso, tornando-se medalhista nos Pan-Americanos e atleta olímpico. Apesar de ter patrocínio de algumas empresas locais mais conscientes de seu papel social, nunca teve subsídio da administração pública, além de pequenos auxílios no início. Ele representará o Brasil no Campeonato Mundial de Corrida de Rua, levando o nome de Catanduva simplesmente por ser catanduvense, não por ter a cidade como base de sustentação. Em outro esporte bem diferente, o enxadrista Luís Paulo Supi vivenciou algo semelhante e sempre teve apoiadores de outras localidades, apesar de ser um grande mestre do xadrez mundial e ter representado o país em diversas localidades. Seria loucura pensar que eles ficaram “grandes demais” para o auxílio que a cidade poderia oferecer, pois é sabido que os esportistas brasileiros precisam somar subsídios, patrocínios, bolsas e outras rendas para manter o foco e o amor ao esporte, tendo estrutura para competir no alto rendimento. Se não fosse pela determinação dos próprios atletas, o desporto brasileiro estaria bem distante do que ele representa hoje, pois o auxílio sempre foi escasso ou ao menos distante do ideal. Que cada gestor público possa colocar a mão na consciência e investir nas categorias de base para revelar talentos, assim como dar condições para que se tornem grandes campeões.
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