Machismo, racismo, violência e omissão

Destacamos esta semana a eleição da primeira mulher negra para a Mesa Diretora da Câmara, no caso a vereadora Taise Braz, que também foi a primeira mulher negra a ocupar uma cadeira no legislativo catanduvense. Para muitos, pode parecer loucura “celebrar” isso, mas é, sim, um avanço histórico a ser registrado. Afinal, vivemos em uma sociedade machista e racista, em que tal situação transparece mais como resistência do que como sinal de evolução humana. Ainda, estamos em uma cidade centenária que não tinha colocado uma mulher preta entre seus parlamentares, quanto mais numa posição de liderança entre eles. Se tais fatos se concretizaram, algo de bom aconteceu e fica a esperança de que não seja algo pontual, mas um indicativo de que novos tempos chegarão. Taise Braz, além de representar o movimento negro, acaba por marcar o espaço feminino na política - ao lado da vereadora Ivania Soldati -, levantando a bandeira, ainda, do enfrentamento à violência contra a mulher a partir de vários projetos de lei. Infelizmente, eles vêm sendo insistentemente combatidos pelo prefeito Padre Osvaldo e seu grupo. Por força legal, pode ser que tais propostas realmente não vinguem, mas as mulheres que enfrentam esse tipo de drama estão vendo a si mesmas representadas nas esferas de poder e, ao mesmo tempo, veem quem age (ou se omite) para que as coisas permaneçam como estão, favorecendo os agressores e perpetuando o ciclo da violência. Se pudemos celebrar a eleição de duas mulheres à Câmara em 2020, assim como o fato de uma mulher preta ser uma delas, temos hoje ao menos a possibilidade de debater pautas sociais e alimentar a esperança de que políticas públicas em favor das mulheres possam, um dia, surgir. Seja pelas mãos dos governantes ou a partir da luta de mulheres brancas, pardas, pretas...

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Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.