Loki: segunda temporada tenta resgatar sucesso das séries Marvel no streaming

Até pouco tempo, a Marvel era sinônimo de sucesso em qualquer tipo de série ou filme. No entanto, ao aumentar sua produção no cinema e no streaming, houve uma sensível queda na qualidade, principalmente nos efeitos especiais. Além de não contar mais com alguns dos “figurões” da editora, como o Capitão América e o Homem de Ferro, que “morreram” no cinema, abrindo espaço para novos e desconhecidos heróis, esse excesso provocou certo “cansaço” do gênero super-herói – não apenas da Marvel, mas também da DC e outros produtores menos famosos.

Percebendo o erro, o estúdio resolveu dar uma diminuída no número de filmes e séries. Diversos projetos foram cancelados ou exibidos às pressas para cumprir tabela. Um bom exemplo é a baixa audiência da série Invasão Secreta, que deveria abrir caminho para o segundo filme da Capitã Marvel.  

Este não é o caso da segunda temporada de Loki, iniciada semana passada e com exibição programada até o começo de novembro, pelo Disney +.    

Loki retornou para a temporada 2, continuando a jornada do Deus da Trapaça através do tempo e do espaço. A série é conhecida por sua narrativa complexa, humor inteligente e construção de mundo envolvente. O vilão de Thor acabou ganhando projeção graças ao talento e carisma do ator Tom Hiddelston.

Na primeira temporada, Loki é levado à misteriosa Autoridade de Variância Temporal (TVA) após roubar o Tesseract durante os eventos de Vingadores: Ultimato (2019), e é forçado a ajudar a capturar uma perigosa versão variante de si mesmo. A temporada tem um tom de thriller criminal e preparou o terreno para os filmes Doutor Estranho no Multiverso da Loucura (2022) e Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania (2023).

Na nova temporada, Loki corre pelos corredores de uma nova versão da TVA adornada com estátuas de Kang, o Conquistador (Jonathan Majors). Ele fofe de rostos familiares que, por algum motivo, não o reconhecem. O episódio é uma aventura bem ritmada e habilmente filmada, no design retrô da série.

Estão de volta Sophia Di Martino como Sylvie, a versão feminina de Loki, e seu bizarro interesse amoroso (sim, Loki é um deus narcisista...), Owen Wilson como Mobius, Gugu Mbatha-Raw como Ravonna Renslayer e Wunmi Mosaku como Hunter B-15.

Os escritores usaram a continuidade narrativa do Universo Cinematográfico Marvel (MCU) como base e também diferentes elementos vindos dos quadrinhos. Loki talvez seja a última grande série do streaming, já que o estúdio não espera boa performance dos desconhecidos Agatha e Echo, planejadas nos tempos em que a Marvel podia tudo. A única exceção poderá ser a futura série do Demolidor, com o mesmo elenco que fez sucesso na Netflix, mas numa nova versão. E no cinema, a Marvel espera, ansiosa, pelo resultado do longa The Marvels, mês que vem.

Autor

Sid Castro
É escritor e colunista de O Regional.