Lodo da ETE, a série
A primeira reportagem veiculada por O Regional sobre a licitação para remoção do lodo da Estação de Tratamento de Esgoto, a ETE, foi em 9 de junho. Noticiamos que o serviço poderia custar R$ 3,2 milhões para a Superintendência de Água e Esgoto (Saec), conforme previsto no edital, sem contar a despesa com a destinação final do lodo desidratado no aterro sanitário.
Dez dias depois, 19 de junho, revelamos que a Promotoria de Meio Ambiente sugeriu à autarquia o uso de enzimas catalisadoras para consumir o lodo residual e, assim, evitar a licitação milionária. Na ocasião, o promotor Yves Atahualpa Pinto frisou que a drenagem prevista pela Saec consiste em uma transferência de poluentes, à medida que o produto é aspirado, centrifugado e levado ao aterro sanitário.
Na sequência, no dia 2 de julho, foi a vez do presidente da Câmara, vereador Gleison Begalli, manifestar-se nas páginas de O Regional e sugerir a revogação da licitação da Saec para remoção do lodo da ETE, com a posterior abertura de novo processo com adoção de outra tecnologia para execução do serviço. A intenção do parlamentar é que a Saec siga o que foi apresentado em reunião virtual ocorrida entre pesquisadores, membros da autarquia e da Prefeitura e o Ministério Público. Na ocasião, foi demonstrada a tecnologia capaz de remover o lodo sem a subtração física, mas por processo químico, com uso de enzimas.
No dia 5 de julho, O Regional publicou nova matéria sobre o tema mostrando a versão do poder público: “Saec garante que retirada física do lodo das lagoas da ETE é a melhor solução técnica”. Foi a primeira oportunidade em que a autarquia indicou que, depois da limpeza pelo método tradicional, estudará técnicas para tratamento e manutenção das lagoas, a fim reduzir o lodo gerado – insinuando o possível uso futuro das enzimas.
Hoje, dia 24 de julho, os pesquisadores do InovaUSP defendem, em entrevista exclusiva, que as enzimas sejam usadas em toda a rede de esgoto da cidade e revelam que o sistema pode até ser rentável, gerando energia e crédito de carbono para o município. A cobertura da série sobre o lodo da ETE prossegue. Boa leitura.
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