Linha que corta vidas

Em outros tempos, as crianças aproveitavam o período de férias escolares para brincar mais ainda na rua, algo que já era corriqueiro, e uma das atividades preferidas era, sem dúvida, empinar pipa. A brincadeira era bastante saudável e alimentava disputas pelos papagaios mais bonitos ou de modelos diferenciados. Quando surgiu o cerol, a coisa começou a perder a graça. Quem gostava da diversão da atividade em si, passou a temer perder a pipa para desconhecidos que surgiam com suas linhas cortantes pelos ares, bem como estraga-prazeres. Aos poucos, o que era apenas um conflito infantil ou juvenil, tornou-se uma arma perigosa que passou a colocar vidas em risco, sobretudo de ciclistas e motociclistas, e os acidentes se espalharam por aí, causando até mortes. Daí a importância de ações preventivas e coercitivas como a feita pela Guarda Civil Municipal, a GCM, que aproveita o recesso escolar para reforçar patrulhamento em bairros e áreas em que as pipas são mais utilizadas. A chamada Operação Cerol, desta vez, começou antes mesmo das férias, pois os guardas notaram que a movimentação da garotada já está acontecendo. A legislação imputa ao responsável legal as práticas perigosas dos filhos e, claro, não poderia ser diferente. Muito além de saber que há risco de multas e até de encaminhamento para o plantão policial, entre outras consequências, é primordial que pais e responsáveis procurem orientar seus filhos sobre os riscos relacionados ao cerol e à linha chilena, instruindo-os a não aderir a essa prática perigosa e desestimulando-a entre os amigos do bairro. A proibição do uso previsto em lei deve preocupar, pois ninguém quer esse tipo de transgressão, mas deve ser valorizada mesmo a conscientização de crianças e jovens de que a linha mesclada com vidro moído pode cortar vidas e transformar uma brincadeira em uma verdadeira tragédia.

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Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.