Leve uma criança ao teatro...

“...deixe ela ver, ouvir, sentir, pensar e imaginar”.

ASSITEJ INTERNACIONAL

20 de Março é o Dia Mundial do Teatro para a Infância e Juventude, criado pela ASSITEJ – Associação Internacional do Teatro para a Infância e Juventude.

Em 2008, o CBTIJ – Centro Brasileiro de Teatro para a Infância e Juventude – conseguiu oficializar o Dia Nacional do Teatro para a Infância e Juventude.

A data é lembrada em diversos países do mundo.

No Brasil são raras as cidades que comemoram a data, sendo Catanduva uma delas, graças a Cia da Casa Amarela que começou a destacar o dia a partir de 2.007, sempre levando crianças ao teatro ou o teatro às escolas.

Após a pandemia, retomamos a data, estreando nosso novo espetáculo, Pela Estrada Afora..., com sessões destinadas a escolas e projetos da cidade.

A artista australiana Sue Giles, presidente da ASSITEJ, publicou o texto anual a todos artistas, ressaltando que “dar espaço, lugar e respeito à imaginação de crianças e jovens lhes oferece alicerces sobre os quais podem construir resiliência e confiança.”

Nem sempre as cidades possuem teatros ou espaços culturais adequados, então é preciso levar o teatro até às crianças. Por isso, Sue Giles lembra “como é maravilhoso ver tantos exemplos em todo o mundo de teatro indo até onde as crianças e os jovens estão: nas suas escolas, nas ruas, nos espaços comunitários, nas suas casas, nos seus computadores ou telefones”.

E encerra afirmando que “é através do teatro e das artes cênicas que reconhecemos o terreno comum entre nós e que o horizonte se torna mais amplo”.

Ao longo de 28 anos, a Cia da Casa Amarela tem levado suas peças teatrais a crianças e jovens, não importando o espaço.

Possibilitar o acesso ao teatro é abrir horizontes e colorir a alma! É sim um bem essencial da Humanidade.

Em todo planeta esse reconhecimento transforma sociedades, através do despertar estético e emocional das crianças que se descobrem e se projetam no futuro, revelando-se em adultos sensíveis, conscientes e críticos.

A pequena ucraniana Faina Shyrokorad, de 9 anos, em seu depoimento à ASSITEJ, contou que o teatro foi sempre uma parte da sua vida: “a minha mãe”, diz ela, é atriz. Antes de 24 de fevereiro de 2022, data de início da invasão russa, ela trabalhava no teatro em Chernihiv. Cresci no teatro. Na verdade, o teatro é a minha infância cheia de muitas histórias interessantes”.

Um relato tão belo quanto é o da iraniana Nika Rousta, de 14 anos: “como adolescente que vive no Irã, a vida não é muito divertida sem teatro. Estamos lutando pela nossa liberdade e, ao mesmo tempo, tentando ser um bom irmão, filho, amigo e pessoa. E se temos algo como um teatro que nos faz sentir amados, compreendidos e valorizados, é isso o que nos faz continuar”. E de forma comovente, Nika encerra: “sinto falta do tempo em que ia ao teatro com a minha família e amigos. Espero que tudo melhore e volte a ser normal. Espero que os que trabalham para adolescentes compreendam que não somos nem adultos nem crianças. Lutamos pelos nossos direitos, estamos todos passando por muitos problemas. Apenas nos compreendam e nos amem”.

Compreendemos a responsabilidade que nós artistas temos, mas que também a toda a sociedade possui: o de instigar o sonho, o amor, a igualdade e a liberdade em crianças e jovens, promovendo o acesso de todos à arte e à cultura.

A Cia da Casa Amarela também apresentará Pela Estrada Afora... na terça-feira, dia 21 de março, o Dia Universal do Teatro.

Autor

Drika Vieira e Carlinhos Rodrigues
Atores profissionais, dramaturgos, diretores, produtores de teatro e audiovisual, criadores da Cia da Casa Amarela e articulistas de O Regional.