Lembranças de outra vida

Um cachorrinho de nome Fluke (voz de Matthew Modine) tem visões sobre uma família, mas não entende direito o que se passa em sua mente. Abandonado nas ruas, é recolhido em um canil e acaba fugindo de lá. Cruzando ruas e cidades, tenta encontrar aquelas pessoas de suas visões, numa aventura ao lado do cão Rumbo (voz de Samuel L. Jackson).

Adorável, leve e espirituoso, foi um dos primeiros filmes de vidas passadas com cachorro. Fácil de ver, entramos com naturalidade na história, devido a seus personagens simpático, incluindo o cãozinho principal que é uma graça. Comoveu muita gente na época do lançamento, em 1995, fez certo sucesso em VHS depois do fracasso nos cinemas e foi exibido inúmeras vezes na TV aberta.

Nancy Travis, que interpreta a mulher sempre presente nas visões do cãozinho Fluke, estava no auge da carreira, vindo de filmes como “Três solteirões e uma pequena dama” (1990) e “O silêncio do lago” (1993). Matthew Modine, de “Nascido para matar” (1987), atua como um empresário que morre num acidente de carro, e depois empresta a voz para Fluke (ao longo do filme fica mais claro a relação dele com a família que Fluke procura). Outros nomes conhecidos pintam em participações rápidas, como o veterano Bill Cobbs, Eric Stoltz e Ron Perlman, e tem até Samuel L. Jackson cedendo a voz para o melhor amigo de Fluke, o cachorro Rumbo.

Nessa fábula simpática sobre reencarnação, tudo pode acontecer. Os mais emotivos podem se emocionar com o desfecho.

É uma adaptação do romance “Fluke”, do escritor britânico especializado em livros de terror James Herbert, publicado em 1977. O roteiro foi adaptado pelo próprio diretor do filme, o italiano Carlo Carlei, de “O voo do inocente” (1992).

Saiu recentemente em DVD, numa boa cópia, pela Obras-primas do Cinema (disco simples, apenas com trailer como extras no DVD, mais um card com a capa original do filme).

Lembranças de outra vida (Fluke). EUA, 1995, 96 minutos. Drama. Colorido. Dirigido por Carlo Carlei. Distribuição: Obras-primas do Cinema

Autor

Felipe Brida
Jornalista e Crítico de Cinema. Professor de Comunicação e Artes no Imes, Fatec e Senac Catanduva