Leitura que muda vidas

O hábito da leitura cresceu no ano passado. E, cá entre nós, só não cresce mais porque parte significativa da população tem que se preocupar em sobreviver, antes de sequer sonhar em comprar um livro. Quando há a necessidade extrema, diante das provas de um concurso público, por exemplo, são os empréstimos entre amigos que salvam muitos candidatos, mas outros também ficam pelo caminho porque simplesmente não têm condições de estudar. Aliado a essa dificuldade para a compra dos livros, falta educação e cultura para que a leitura seja realmente um hábito, já que os livros também estão disponíveis na Biblioteca Municipal e, ainda enquanto estudante, mesmo na rede pública, há pequenas bibliotecas espalhadas pelas escolas que poderiam ser o salva-guarda dessa busca pelo conhecimento. Mas isso pouco ou quase nunca acontece e a garotada passa o tempo, assim, sem leitura. Em tempos de redes sociais, a leitura que ganha espaço e tempo é mesmo aquela inútil, que pouco ou nada agrega. Isso para quem tem acesso livre à internet e possibilidade de ficar ali navegando sem parar, quase no vazio. Para que o mercado editorial brasileiro cresça mesmo de forma sólida, as autoridades precisam estimular o segmento com isenções, de forma a reduzir a carga tributória sobre a literatura. Este seria o primeiro passo para que mais pessoas tenham condições de ler em casa e até, quem sabe, criar suas próprias coleções, compartilhando as obras com vizinhos e amigos, ampliando essa corrente do bem. A leitura abre horizontes, constrói pontes e transtorma vidas.

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Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.