Kennedy - 60 anos

Há 60 anos, em 22 de novembro de 1963, ocorreu em Dallas (Texas – EUA), o assassinato do presidente dos Estados Unidos, John Fitzgerald Kennedy (JFK). De família rica e tradicional, formou-se em relações internacionais em Harvard. Ganhou o prêmio Pulitzer com o livro “Perfis de coragem”. Serviu na marinha durante a segunda guerra mundial e acabou condecorado. No plano pessoal, foi casado com Jaqueline Bouvier Kennedy. Era um casal glamouroso para o público, mas JFK manteve inúmeros casos extraconjugais, o mais famoso deles com Marilyn Monroe.

Sua eleição em 1960 para presidente da república foi a mais apertada de toda a história americana. JFK venceu Richard Nixon entre os delegados estaduais (303 a 219), mas na eleição popular foi uma diferença de apenas 0,12% dos votos, pouco mais de 116 mil votos. Os EUA tinham 180 milhões de habitantes. Foi a primeira vez que um debate foi transmitido em rede nacional, assistido por 70 milhões de telespectadores. No debate, Nixon usava uma barba e não queria maquiagem. Ele parecia tenso e desconfortável, enquanto Kennedy apareceu relaxado. No final do debate a maior parte do público apontou Kennedy como o vencedor. Mas aqueles que escutaram no rádio apontaram Nixon como o vencedor.

No seu mandato, a economia teve uma taxa de crescimento de 5,5% ao ano. Quanto a direitos civis, combateu veemente a discriminação racial. Embora proibida desde 1954, muitos estados recusavam-se a cumprir a lei. Enviou 400 soldados e 3 mil agentes federais para garantir a matrícula de um estudante negro na Universidade do Mississipi. Quanto à política, viveu o auge da Guerra Fria com a União Soviética e Fidel Castro em Cuba, enfrentou a Crise dos Mísseis, oportunidade em que a humanidade esteve mais próxima de sua extinção. Deu continuidade à Guerra do Vietnã.

Foi assassinado em 22 de novembro de 1965. A autoria foi creditada unicamente a Lee Oswald, mas sabe-se que pelo ângulo dos dois disparos recebidos por JFK, era impossível que existisse apenas um atirador. Quanto aos mandantes, a lista de suspeitos é enorme: Fidel Castro, a KGB (polícia secreta da União Soviética), a Máfia, a CIA e até o vice-presidente, Lyndon Johnson. O fato é que o crime permanece um mistério e mesmo depois de 50 anos, quando todos os documentos do governo se tornam públicos, os alusivos ao assassinato de JFK foram um dos raros a permanecerem inacessíveis ao público. Existem milhares de livros escritos a respeito do “complô”.

No discurso de posse, proferiu uma de suas frases mais famosas: "Não pergunte o que seu país pode fazer por você, pergunte o que você pode fazer por seu país!" Ele também chamou de "inimigos comuns do homem" a tirania, doenças, pobreza e a guerra em si. Passados 60 anos, infelizmente as frases continuam atuais!

Autor

Toufic Anbar Neto
Médico, cirurgião geral, diretor da Faceres. Membro da Academia Rio-pretense de Letras e Cultura. É articulista de O Regional.