Jogo da Vida
Era uma vez um grande tabuleiro habitado por diversos jogos. Cada qual tinha sua característica. Um de estratégia, outro de suspense, um mais sério, outro bem cômico, e um outro ainda cheio de mistério, que, na verdade, era o vilão da história. O estrategista colocava as cartas na mesa, mas acompanhava o movimento dos demais colegas para saber como agir. Assim ele decidia seus movimentos casa a casa, dia a dia. Era uma vida regrada, pensada e sob medida. Já a dupla de amigos de comportamentos opostos, um vendo seriedade em tudo e outro fazendo piada de todos, seguia a vida com altos e baixos, oscilando entre o drama e a comédia. Jogavam jogos opostos, mas queriam ficar sempre próximos. Entre tantos habitantes, destacava-se um que seria “o mistério em pessoa”, como dizem, se fosse uma pessoa. Causava dúvidas em quem com ele convivia, apesar da aparência comum… Essa diversidade de comportamentos era a marca daquela civilização. Era um tabuleiro que valorizava a mistura e integração. Naquele mundo, tal como no nosso, as coisas acontecem uma a uma, como no dominó, cujas peças tombam umas sobre as outras até que todas cheguem onde devem chegar. Assim se desenrolavam as relações, fatos e conflitos. Rindo ou chorando, estudando movimentos ou fazendo-os em segredo, o que todos buscavam era o lado oposto, superar todos os obstáculos para ver o que há no fim da trilha de casas de cores iguais. Todos eram persistentes. Pelo destino ou vontade própria, neste ou naquele mundo, a decisão tomada por um influencia o caminho do outro. Uma vez ocupado um espaço, outro surge. Há até quem faça boas ações, ajude o outro a caminhar, sem esperar nada em troca. E assim as peças vão se movendo até o ponto final. O dia do adeus ou até logo.
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