Jasão e o velo de ouro

Intrépidos aventureiros liderados pelo grego Jasão (Todd Armstrong) viajam na nau Argo em busca da lã de ouro do carneiro alado Crisómalo. No caminho, o grupo enfrentará monstros e muitos perigos, na terra e no mar.

Retumbante fita de aventura clássica, marcou gerações pelos efeitos visuais que chacoalhavam o público nas poltronas do cinema (o filme é de 1963, exibido centenas de vezes na TV aberta). Filmado em estúdios no Reino Unido e em belíssimas locações em Salerno, na região da Campania, no sul da Itália, o filme, originalmente da Columbia Pictures, revisita o épico poema do grego Apolônio de Rodes “As argonáuticas”, escrito no século III a.C., em que conta a viagem de Jasão, herói da Tessália, por terras desconhecidas para reivindicar seu trono roubado. Para tal, Jasão lidera um bando de intrépidos aventureiros numa nau, chamada Argo (por isso eles são “os argonautas”), explorando desafios para obter o velocino de ouro, uma lã de carneiro que tem o poder de curar doentes. No estilo de Hércules, Jasão realiza tarefas para conseguir o objeto sagrado, lutando com o titã Talos (uma enorme estátua de bronze), harpias (aves de rapina com rosto e corpo de mulher), uma hidra gigante (monstro mitológico com corpo de lagarto e várias cabeças de cobra) até um confronto estrambólico com caveiras protegidas por escudos (cena memorável na História do Cinema). Juntam-se a Jasão e os argonautas o deus dos mares, Netuno, e até a sacerdotisa Medeia!

Os efeitos visuais são primorosos, chamariz para o filme, todos em stop-motion, assinados pelo mago Ray Harryhausen, que criou criaturas famosas do cinema, de filmes como “A vinte milhões de léguas da Terra” (1960), “A ilha misteriosa” (1961) e “O vale de Gwangi” (1969).

Com roteiro de Beverley Cross, criador de ótimas histórias de aventura para o cinema, como “Os legendários vikings” (1964), “Gengis Khan” (1965) e “Simbad e o olho do tigre” (1977), tem direção charmosa de Don Chaffey, de “Mil séculos antes de cristo” (1966). Pontos altos também: a trilha de Bernard Herrmann, de Taxi driver” (1976), e a fotografia de Wilkie Cooper, de “Pavor nos bastidores” (1950).

Jasão e o velo de ouro (Jason and the Argonauts). EUA/Reino Unido, 1963, 103 minutos. Aventura. Dirigido por Don Chaffey. Distribuição: Classicline

Autor

Felipe Brida
Jornalista e Crítico de Cinema. Professor de Comunicação e Artes no Imes, Fatec e Senac Catanduva